Taylor Swift, Irã, violência…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
Enterrado vivo, condenado e esgotado: Leo Lins transforma sentença por discurso de ódio em ouro com piadas sobre tudo que um ser humano com vergonha alheia evitaria ouvir em público
O Brasil é um país onde humoristas processados por discursos discriminatórios lotam teatros — e ainda riem por último. Condenado a oito anos e três meses por “entretenimento de ódio”, Leo Lins resolveu que o melhor antídoto contra a justiça seria… mais piadas problemáticas. “Enterrado Vivo” é o nome do show — marketing genial ou sociopatia performática? No palco, ele continua fazendo piadas com pedofilia, Nazismo, pessoas negras, soropositivas e tudo que transforma um tribunal em escritório permanente de humoristas. No Teatro Gazeta, teve fila. Muita fila. Na plateia, risadas nervosas, gritos de apoio e aplausos para um condenado. A comédia morreu e não teve velório. Pior: foi ao teatro e comprou ingresso. Se a cadeia não vem, o cachê vem dobrado. E o Judiciário? Vira punchline.
Ninguém aguenta mais Lula ou Bolsonaro, mas todo mundo vai votar neles de novo: brasileiro sofre de Síndrome de Estocolmo eleitoral em ano pré-eleitoral
Segundo pesquisa Genial/Quaest, 41% dos brasileiros acham que Lula e Bolsonaro deveriam ir brincar de Sudoku longe da urna. Mas como sempre, a indignação termina onde começa o boletim de urna. A esquerda acha que só Bolsonaro devia desistir, os bolsonaristas querem que Lula suma e os neutros pedem uma aposentadoria coletiva. Um mísero 5% ainda acredita que ambos devem seguir firmes no ringue, talvez por masoquismo cívico. A verdade é que ninguém quer ver reprise de 2022, mas é exatamente o que vem por aí. No fundo, o eleitor brasileiro não vota com esperança, vota com ranço. E se em 2026 tudo der errado de novo, pelo menos a culpa já estará dividida entre os dois que ninguém queria mais ver — mas que estarão lá, como sempre.
Taylor Swift compra pulseira inflável de 42 metros por R$ 71 mil e prova que pode literalmente comprar qualquer símbolo da amizade que o marketing americano consiga inflar
Taylor Swift não é só a popstar mais poderosa do mundo — agora ela também é a dona oficial de um bracelete de “amizade” inflável com 42 metros de comprimento, adquirido por módicos 13 mil dólares. A peça, exposta no estádio de Nova Orleans durante a Eras Tour, virou símbolo da era em que qualquer objeto com valor sentimental é imediatamente precificado e vendido. A compra foi feita pela empresa Firefly Entertainment Inc., porque Taylor não saca dinheiro na boca do caixa como o resto da plebe. O bracelete agora passa de estádio em estádio, como se fosse um objeto sagrado de uma religião em que a deusa veste paetês e canta sobre ex-namorados. Com esse nível de fetichismo pop, em breve Swifties devem começar a vender ar engarrafado de bastidores — e haverá fila.

Recordar é Viver: Polícia invade o Complexo do Alemão em 2007 e deixa legado de balas perdidas, memória seletiva e uma política de segurança que ainda atira antes de perguntar
Em 27 de junho de 2007, a Polícia Militar do Rio invadiu o Complexo do Alemão com força máxima e planejamento mínimo. Foi o tipo de operação que virou símbolo da guerra às drogas com efeitos colaterais permanentes: mortos, desaparecidos e a fé pública metralhada junto. O episódio virou ícone da estética de helicóptero sobrevoando favela enquanto comentaristas de segurança aplaudiam no ar-condicionado. Dezenove anos depois, a política de segurança continua parecida: invade-se primeiro, conta-se os mortos depois e os vivos que se virem. A lembrança do dia é um lembrete de que o passado insiste em se repetir no replay da barbárie. A diferença? Hoje tem mais drones, mais câmeras e menos vergonha.
Khamenei declara “vitória moral” contra EUA e Israel, Trump diz o oposto, e o Oriente Médio segue colecionando cadáveres, bravatas e versões irreconciliáveis dos mesmos mísseis
O aiatolá Ali Khamenei foi à TV declarar que o Irã venceu a guerra contra Estados Unidos e Israel. Segundo ele, a “República Islâmica esmagou o regime sionista” e frustrou os bombardeios americanos — embora os alvos atingidos incluam instalações nucleares estratégicas. Enquanto isso, Donald Trump, presidente eleito, mas em campanha de marketing permanente e sempre disposto a um teatrinho atômico, afirma que os EUA conseguiram estragos “significativos”. Ambos reivindicam vitória, ambos ignoram os mortos. O conflito virou um jogo de versões com narrativas armadas até os dentes. A guerra, como sempre, não tem vencedores — só discursos triunfalistas sobre ruínas fumegantes. O Oriente Médio segue sendo o palco onde egos nucleares jogam xadrez com corpos civis. Spoiler: ninguém está jogando limpo.

Adolescente de 14 anos mata pais e irmão por causa de namoro online e escancara o que acontece quando maturidade emocional encontra arma de CAC e um Wi-Fi potente
Em Itaperuna, interior do Rio, um adolescente de 14 anos matou os pais e o irmão de 3 anos porque não pôde visitar a namorada que conheceu em jogos online. Pegou a arma do pai (CAC, claro), esperou todos dormirem, executou os três, arrastou os corpos e mentiu por dias. Tudo isso por causa de uma paixão adolescente digital e uma arma real. A tragédia é um pesadelo com múltiplas camadas: a banalização das armas, a ausência de freios emocionais, o romantismo bizarro que se confunde com possessividade precoce. E claro, a ausência total de noção do que é o “real”. Em tempos em que amor é virtual, armas são acessíveis e disciplina familiar é vista como abuso, tragédias como essa não são aberrações — são sintomas.
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Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.




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