Sua Página
Fullscreen

Xania Monet, Abbey Road, PL…

Anúncios
Compartilhe este conteúdo com seus amigos. Desde já obrigado!

Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

PL tenta montar um salão de beleza político em São Paulo: barbeiro Valdemar promete tesouradas estratégicas, navalhadas elegantes e loção pós-barba eleitoral para Tarcísio e Ricardo Nunes num pacote dois em um que faria Maquiavel chorar no banho

Em São Paulo, a mais nova modalidade de manicure eleitoral chama-se PL. Valdemar da Costa Neto, velho alquimista da política brasileira, vem ensaiando o golpe de mestre: convencer Ricardo Nunes a trocar o MDB pelo PL, enquanto acalenta Tarcísio de Freitas como presidenciável potencial. A oferta é simples: se Tarcísio largar o governo para disputar o Planalto, Nunes ganha a vaga de candidato ao Bandeirantes. Tudo elegante, embalado em laço de fita e com direito a foto conjunta no palanque. Para Valdemar, é uma operação tipo “compre um e leve dois” que barra de vez as aventuras de Eduardo Bolsonaro, o “03” rebelde, que já ameaça disputar a Presidência com ou sem o pai. A equação lembra uma peça de xadrez jogada num boteco: peões que viram rainhas, bispos fora do tabuleiro e um rei que nem sempre sabe para onde ir. O PL, nessa lógica, não é só partido; é salão de beleza, é spa e, se deixar, clínica de harmonização facial da política paulista.

Lula na ONU descobre que a ultradireita não caiu do céu: democracias erraram feio, mas preferem posar de vítimas enquanto flertam com seus próprios algozes e fazem selfie no corredor do poder

No evento “Em Defesa da Democracia” na ONU, Lula fez um discurso que parece óbvio, mas que raramente é dito em voz alta: antes de apontar o dedo para a ultradireita, é preciso encarar os erros das democracias. Ele criticou governos progressistas que ganham eleição com discurso à esquerda, mas governam para agradar o mercado. “Os eleitores que apanharam na rua viram sectários e radicais; o mercado vira prioridade”, resumiu. A ausência dos EUA no evento, cortesia do Brasil, acrescentou uma pitada de geopolítica e vendeta institucional. No fundo, o recado foi claro: a ultradireita não é um monstro isolado, mas um Frankenstein costurado pelas falhas do sistema. O problema é que esse diagnóstico, ainda que lúcido, chega num salão onde quase todos dependem do mesmo mercado que Lula critica.

Telisha Jones, IA Xania Monet e o contrato multimilionário: quando Beyoncé encontra Alicia Keys num algoritmo e a indústria fonográfica vende alma, streaming e autenticidade no mesmo pacote

A indústria musical, sempre pioneira em vender sonhos, agora vende também bits e bytes. A compositora Telisha Jones, mãe da criatura digital Xania Monet, assinou contrato de US$ 3 milhões com a Hallwood Media. Xania soa como Beyoncé, tem nuances de Alicia Keys e sotaque sulista — mas não respira. Suas músicas acumulam milhões de streams enquanto fãs nem sabem que ela não existe. É o “truque do ilusionista” aplicado à música pop: ninguém vê o fio, mas a marionete dança. O contrato, embora glamoroso, abre a caixa de Pandora da autenticidade: quando tudo é gerado por IA, o que significa ser artista? O risco é a música virar uma espécie de fast food emocional — muito sabor, pouca substância. No futuro, não teremos mais “novos Beatles”, apenas novos softwares. E, ironicamente, será a máquina quem reclamará dos direitos autorais sobre nós.

Xania Monet soa como Beyoncé, tem nuances de Alicia Keys e sotaque sulista (Foto: Wiki)
Xania Monet soa como Beyoncé, tem nuances de Alicia Keys e sotaque sulista (Foto: Wiki)

Abbey Road completa 56 anos e segue sendo o GPS espiritual de gerações: quando a faixa de pedestre virou altar e o rock, uma religião sem templo, mas com merchandising infinito

Em 25 de setembro de 1969, “Abbey Road” foi lançado. Meio século depois, o álbum dos Beatles ainda funciona como manual de instruções de como fazer música que envelhece bem — ou, pelo menos, melhor que seus ouvintes. As faixas misturam experimentalismo e apuro pop, e a capa virou uma das imagens mais reproduzidas da história. Mas há um detalhe delicioso: enquanto hoje artistas negociam contratos com IAs, Abbey Road foi gravado num estúdio com fitas magnéticas, suor humano e café frio. O rock não morreu, mas virou souvenir; a cultura pop virou algoritmo; e os Beatles, involuntariamente, inventaram a estética do hype. Se você acha exagero, basta olhar quantas marcas exploram a foto dos quatro atravessando a rua. Abbey Road é, ao mesmo tempo, produto, mito e profecia autocumprida.

Leia ou ouça também:  Jesse Owens, HBO Max, Harry...

Um adolescente brasileiro a cada dez minutos se autoagride: estatística sinistra revela uma geração à beira do colapso, enquanto os adultos disputam hashtags e as escolas fingem que não é com elas

Os números da Sociedade Brasileira de Pediatria não são apenas frios — são gélidos. Pelo menos um caso de autoagressão entre jovens de 10 a 19 anos acontece a cada dez minutos no Brasil. Só em 2023 e 2024, a média diária foi de 137 atendimentos, incluindo tentativas de suicídio, e 2,3 mil adolescentes se mataram no período. Em meio a TikToks motivacionais e discursos políticos cheios de “preocupação com o futuro”, essa juventude sangra silenciosamente. As escolas, sufocadas por burocracias, não têm equipe suficiente; os pais, atolados em dívidas e crises próprias, mal percebem o drama; e o Estado prefere lançar campanhas publicitárias do que redes de acolhimento real. Estamos assistindo a uma epidemia emocional com a mesma passividade de quem vê uma enchente pela TV e muda de canal. Não há emoji que dê conta, nem palestra que resolva.

Pamela Anderson contra os algoritmos de Hollywood: loira ícone dos anos 1990 agora é profeta do apocalipse criativo e alerta que o “like” matou o roteiro com alma

Pamela Anderson, musa das praias de “Baywatch” e agora entusiasta do minimalismo artístico, virou também crítica da lógica algorítmica que rege Hollywood. Em entrevista recente, ela denunciou o domínio dos números sobre a criação: escolha de elenco, roteiros, tudo guiado por dados e “potencial de viralização”. A espontaneidade, segundo ela, está sendo assassinada em nome do engajamento. É um alerta vindo de quem surfou o auge dos anos 1990, quando a TV era pura catarse coletiva e não um feudo de plataformas. Ao dizer “o que conecta é a emoção, não o algoritmo”, Pamela recoloca o debate sobre o futuro da arte em termos quase renascentistas: será possível resistir à hegemonia do cálculo frio? Sua fala ecoa além de Hollywood — reverbera em qualquer campo criativo onde a métrica virou mais importante que a mensagem.

PL tenta montar um salão de beleza político em São Paulo

Lula na ONU descobre que a ultradireita não caiu do céu

Telisha Jones, IA Xania Monet e o contrato multimilionário

Abbey Road completa 56 anos e segue sendo o GPS espiritual de gerações

Um adolescente brasileiro a cada dez minutos se autoagride

Pamela Anderson contra os algoritmos de Hollywood


Compartilhe este conteúdo com seus amigos. Desde já obrigado!

Facebook Comments

Anúncios
Pular para o conteúdo
Verified by MonsterInsights