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K2-18b, Toy Story, Condenação…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Carlos Fávaro, arroz a R$ 70 e produtores gaúchos gritando “socorro” enquanto a Conab joga leilão como quem solta pão para pombos na praça do Planalto

Dia sim, dia não — ou talvez dia sim e outro também — o ministro Carlos Fávaro se equilibra entre pleitos rurais e cofres públicos. A estrela da vez é o arroz gaúcho, que despenca 40% em um ano e faz a saca beirar R$ 70, insuficiente até para pagar adubo e diesel. Produtores querem mais leilões da Conab, já que o último comprou 110 mil toneladas e pode movimentar R$ 180 milhões se todos entregarem na data combinada. Paralelamente, cobram tributação para as importações do Paraguai e Uruguai, o que soa meio hipócrita numa economia que vive falando em livre mercado. No fim, a história é antiga: quando o preço sobe, o Estado é vilão; quando cai, o Estado deve ser salvador. A rizicultura do Sul, que já foi orgulho, virou novela de sacas vazias e cofres públicos pressionados. O Brasil, eterno exportador de commodities, agora briga por um cereal que simboliza almoço popular e também a dependência das mesas políticas. Quem diria: o arroz com feijão precisa do aval de Brasília para continuar chegando ao prato.

STF, ameaças gravadas, Bolsonaro em “último recado” e um roteiro que parece mistura de arquivo confidencial com reality show de tribunal constitucional

No acervo interminável do processo sobre atos golpistas, a PGR pinta Jair Bolsonaro como personagem de thriller jurídico: mensagens ameaçadoras em 2021, ataques ao STF, insultos a Alexandre de Moraes e uma narrativa de que derrota eleitoral seria fraude. Bolsonaro, naquele agosto, dizia dar “último recado” ao Judiciário, coisa típica de quem confunde a Praça dos Três Poderes com a esquina do bar. As provas agora viram munição para ministros do Supremo, que têm a paciência de escribas medievais decifrando pergaminhos de conspirações. O mais irônico é que nada disso era segredo: estava ao vivo, com direito a vídeo e aplauso de plateia. Hoje, reconstituir essas falas em autos oficiais tem um quê de tragicomédia: o país inteiro assistiu, mas só agora o roteiro chega ao clímax jurídico. O episódio confirma que Brasília é mais Netflix do que República: temporadas longas, personagens reincidentes, plot twists previsíveis e público cansado.

Astrônomos descobrem água em exoplaneta K2-18b e lembram, seis anos depois, que enquanto lá fora há sinais de vida, aqui dentro há sinais de miopia política crônica

Em 12 de setembro de 2019, cientistas detectaram água na atmosfera do exoplaneta K2-18b — notícia que deveria ter dado manchete permanente, mas que sumiu entre memes e crises políticas domésticas. Foi a primeira vez que se encontrou um traço tão relevante em zona habitável fora do sistema solar. Seis anos depois, é curioso reler a manchete: enquanto astrônomos olham para 124 anos-luz de distância, governos mal olham para a esquina. A descoberta simboliza a vontade humana de buscar futuro em outro lugar enquanto negligencia o próprio quintal. Se houver ETs por lá, devem estar rindo de nós: planeta azul rico em água, mas com gente brigando por arroz subsidiado, exportações tarifadas e Toy Story reestreando pela terceira vez. A ironia cósmica é inevitável: a ciência avança séculos-luz; a política nacional recua décadas-luz.

Toy Story volta às telas 30 anos depois e prova que, no fundo, quem envelheceu fomos nós — e nosso cinema saturado de sequências “emocionais” e marketing de lágrima pronta

O relançamento de Toy Story nesta quinta, 11 de setembro, é mais do que nostalgia: é arqueologia cultural. Em 1995, a Pixar ainda aprendia a andar e o CGI era promessa de futuro. Hoje, a animação chega às telonas num mundo em que franquias dominam bilheterias e emoção virou commodity — quase um pré-requisito em cada cena. Toy Story original não tinha essa obsessão por “grandes temas sociais” nem queria viralizar em TikTok inexistente; queria só divertir, num enredo simples sobre brinquedos com dilemas infantis. O contraste com o presente é gritante: Pixar agora virou sinônimo de lenço de papel, clipe lacrimoso e crítica sofisticada — quando na origem era só brincadeira com alma. Ao rever Woody, Buzz e companhia, notamos que a ingenuidade pode ser revolucionária num mercado saturado de “reboots” e “universos compartilhados”. Ironia final: é preciso voltar a 1995 para respirar um pouco de frescor num cinema de 2025 já com cheiro de mofo criativo.

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Toy Story original não tinha essa obsessão por “grandes temas sociais” (Foto: Arquivo)
Toy Story original não tinha essa obsessão por “grandes temas sociais” (Foto: Arquivo)

Tarifaço americano faz exportação brasileira despencar e prova que a economia globalizada é um jogo em que só o “primeiro mundo” pode trapacear sem culpa

As exportações de produtos brasileiros afetados pelas sobretaxas dos EUA despencaram 22,4% em agosto, segundo a Amcham. Mesmo os itens “imunes” às tarifas recuaram 7,1%. O discurso liberal some rápido quando o Tio Sam decide proteger seus próprios setores. O Monitor de Comércio Brasil-EUA mostra um quadro digno de manual: de um lado, Washington sobe tarifas e fala em “segurança nacional”; do outro, Brasília vê embarques minguarem e dólares evaporarem. É um lembrete incômodo de que globalização não é pacto de cavalheiros, mas jogo de espertos. O Brasil, que tanto pregou abertura comercial, agora paga o preço de depender de um mercado só — e ainda de um mercado disposto a apertar tarifas quando convém. Entre “livre comércio” e “America First”, prevalece sempre o segundo. Moral da história: não existe almoço grátis, nem no arroz do Fávaro nem no petróleo exportado para Nova York.

STF forma maioria pela condenação de Bolsonaro e núcleo duro e transforma 11 de setembro de 2025 em episódio de “House of Cards” com toque de Brasília e direito a dosimetria de novela

A Primeira Turma do STF já tem 3 votos para condenar Jair Bolsonaro por organização criminosa. Moraes, Dino e Cármen Lúcia votaram nesse sentido; falta o voto de Zanin para fechar a tampa do caixão jurídico. Além do ex-presidente, sete figurões militares e políticos estão na lista, num elenco que mistura Abin, Marinha, GSI e Casa Civil. As penas variam de 4 a 17 anos, dependendo da criatividade dos ministros na hora de aplicar agravantes. Mauro Cid, o delator-mor, pode sair com desconto, reforçando a máxima brasileira de que quem canta primeiro bebe água limpa. Enquanto isso, Ramagem escapa parcialmente graças ao escudo parlamentar concedido pela Câmara — um lembrete de que no Brasil a política sempre dá um jeitinho, até nos crimes “qualificados”. O espetáculo é de alta octanagem: transmissão ao vivo, debates infindáveis, hashtags bombando. Se fosse ficção, ninguém acreditaria. Mas é Brasil 2025: mais House of Cards que Netflix ousaria escrever. Em tempo: Bolsonaro pegou 27 anos de prisão em regime fechado.

Carlos Fávaro, arroz a R$ 70 e produtores gaúchos gritando “socorro”

STF, ameaças gravadas, Bolsonaro em “último recado”

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