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Taylor Swift, tório, Saladino…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Trump em visita de cortesia a Bolsonaro: reunião de condomínio com pompa imperial

A fofoca política da semana vem embalada como quem oferece café com bolo: Donald Trump pode visitar Jair Bolsonaro em sua casa, sob sugestão de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, com Fábio Wajngarten servindo de mestre de cerimônias. O enredo soa como uma sitcom de terceira temporada: presidente americano, com problemas internos, abraçando ex-presidente brasileiro, atolado em inquéritos. Uma reunião de condomínio, mas com direito a bandeirinhas e discurso sobre “química perfeita”. No script, os advogados e a Justiça aparecem como figurantes inconvenientes, lembrando que reality show também tem regra. O encontro, caso ocorra, seria um balé melancólico de líderes que já foram o centro da festa, agora disputando espaço no sofá da sala. Se Trump precisa mostrar que ainda é relevante fora do seu país, Bolsonaro precisa provar que ainda é lembrado fora do cercadinho. Uma “cúpula da saudade”, com cheiro de mofo e ambição.

Jerusalém 1187: Saladino derruba a versão beta das Cruzadas

Há exatos 838 anos, Saladino entrou em Jerusalém como quem atualiza o firmware de um sistema cheio de bugs. Em 2 de outubro de 1187, a cidade passou do controle cristão para o Império Aiúbida, encerrando 88 anos de ocupação marcada por sangue, fanatismo e marketing religioso. Para os cristãos da época, foi o fim do mundo; para Saladino, apenas mais um ajuste de rota na longa novela chamada Oriente Médio. Nada que alguns séculos de novos massacres não pudessem corrigir. A cena, se transposta para hoje, lembraria a sucessão de CEOs em startups: um entra prometendo eficiência, outro cai acusado de desastres, e no fim, quem paga a conta são os acionistas – ou, neste caso, os peregrinos, comerciantes e moradores da Terra Santa. A ironia cruel é que Jerusalém continua, tantos séculos depois, sendo palco de disputas tão medievais quanto os elmos dos cavaleiros templários. Mudam os nomes, persistem as guerras santas.

China, Estados Unidos e o tório brasileiro: prestidigitação nuclear e truques de salão geopolítico

Enquanto a plateia distraída continua encantada com a prestidigitação em torno das terras raras, o truque verdadeiro acontece na manga: o tório brasileiro. Esse mineral esquecido da tabela periódica acaba de ser alçado a astro de uma disputa nuclear digna de um tabuleiro de War. O Brasil, com 630 mil toneladas no subsolo, descobre-se a mocinha disputada entre dois pretendentes ciumentos – EUA e China –, cada um tentando provar que sua ciência é mais sexy. Pequim constrói reatores de sal fundido no deserto do Gobi como quem ergue condomínios populares, enquanto Washington, atrasado, tenta ressuscitar pesquisas que abandonou nos anos 70, agora embaladas no marketing patriótico de “Thorium Energy Security Act”. O resultado é que o tório brasileiro virou moeda de troca, carta de baralho e quase objeto de flerte colonial. O mais irônico? O mineral que poderia salvar o mundo da dependência do urânio talvez acabe servindo só para inflar a próxima rodada de leilões geopolíticos. E o Brasil, sempre ele, tentando fingir que tem protagonismo enquanto vende barato e compra caro.

O tório brasileiro virou moeda de troca, carta de baralho e objeto de flerte (Foto: Wiki)
O tório brasileiro virou moeda de troca, carta de baralho e objeto de flerte (Foto: Wiki)

Taylor Swift e a conquista dos 100 milhões: capitalismo afetivo em ritmo pop

Taylor Swift acaba de atingir uma marca histórica: 105 milhões de álbuns vendidos, segundo a RIAA. Traduzindo: a cantora virou, oficialmente, uma corporação com trilha sonora. Nenhuma artista feminina antes dela conseguiu tal façanha. Atrás dela, só os dinossauros do rock e do country americano. Swift, aos 35 anos, vende música como se vendesse pacotes de experiências existenciais, transformando dor amorosa em patrimônio líquido. E a indústria agradece, claro, transformando cada lágrima em cifras bilionárias. O próximo álbum, “The Life of a Show Girl”, já vem embalado com filme, clipe e até kit sobrevivência para fãs em crise existencial. Taylor não é só uma cantora: é a Apple Music encarnada, a Amazon em versão balada, o Google em forma de refrão chiclete. Para os haters, é excesso; para os fãs, é redenção. No fundo, é só mais uma prova de que no capitalismo tardio, até o coração partido tem valor de mercado.

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Dia das Crianças: 10 bilhões em brinquedos e ilusões parceladas

O comércio brasileiro prepara o circo: R$ 9,96 bilhões devem circular no Dia das Crianças. Alta de 1,1% em relação ao ano passado, porque a infância continua sendo um grande negócio. Vestuário, brinquedos, cosméticos – tudo para transformar um “te amo, filho” em boleto. A CNC comemora como se fosse Copa do Mundo, afinal, a data é a terceira mais lucrativa do calendário, atrás só do Natal e do Dia das Mães. O paradoxo: milhões de famílias mal conseguem manter o arroz no prato, mas serão empurradas pelo marketing a comprar aquele brinquedo da moda, agora com taxa zero no carnê. A infância virou mercadoria com validade curta: dura até o próximo lançamento. No fim, o Dia das Crianças se parece mais com um feriado de consumo compulsório, em que pais se endividam, lojistas se enriquecem e crianças descobrem que felicidade vem em caixa colorida. Até o próximo parcelamento.

Governo bane aposta com Bolsa Família: Las Vegas sem Pix social

A novela das “bets” ganhou novo capítulo: agora está proibido apostar usando contas ligadas ao Bolsa Família e ao BPC. O Governo, obedecendo ao STF, decidiu que dinheiro público não deve virar ficha de cassino online. Justo, embora irônico. Porque se há algo brasileiro é a esperança de mudar de vida com um chute de escanteio virtual. As empresas de aposta terão que cruzar cadastros e derrubar contas suspeitas em até três dias. Uma operação digna de pente-fino soviético, mas aplicada ao mundo do entretenimento digital. O detalhe cruel: quem apostava com o pouco que tinha vai perder até a ilusão. Enquanto isso, os donos das casas de aposta seguem lucrando com CPFs “limpos”, e o Governo posa de protetor dos pobres. No fundo, é só mais uma briga pelo monopólio do azar: de um lado o cassino online, de outro o Estado. O povo continua pagando a conta, seja na roleta, seja no supermercado.

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