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Abin, ADM, Mounjaro…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Agentes, espiões, diplomatas e o 03: orçamento da Abin ganha reforço para descobrir o óbvio que o Brasil finge não saber desde 2018

Num país em que até o Wi-Fi do Congresso é grampeado por assessores de deputado estadual, o Governo decidiu investir em inteligência — de novo, aquela que não aparece em debate presidencial. A Abin, que até outro dia precisava escolher entre pagar a luz ou comprar uma passagem aérea para vigiar bolsonaristas em Miami, deve receber um refresco orçamentário. Tudo porque Donald Trump ameaça transformar relações diplomáticas em reality show, com direito a Eduardo Bolsonaro como boy de luxo do caos. A nova meta é reforçar o setor externo da inteligência brasileira, o que soa sofisticado até você lembrar que o Brasil hoje gasta em espiões o equivalente a um cafezinho no Capitólio. O objetivo real, dizem, é saber mais. Mas como o próprio Lula confessaria em off: a meta é também vigiar o “03”, que virou mais problemático que qualquer embaixador. Paulo Figueiredo, o influenciador que herdou o DNA do último general-presidente, é outro na mira. A nova espionagem verde-amarela quer saber até a marca do spray nasal dos bolsonaristas no exterior. Cuidado com o que você espirra.

ChatGPT, Wikipedia e o fim do clique: quando a IA decidiu que o jornalismo é um excesso narrativo em tempos de resposta instantânea

Lá se vai a era romântica do clique. Aquela em que jornalistas suavam a camisa para convencer leitores a lerem ao menos o primeiro parágrafo. Agora, o leitor moderno — leia-se: apressado, distraído e satisfeito com três linhas genéricas — ganhou o resumo perfeito feito por IA. O Google virou um oráculo preguiçoso: pergunta-se “por que a inflação afeta o preço do arroz?” e surge um parágrafo pronto, sem autor, sem contexto e, por que não dizer, sem graça. Segundo o Pew Research Center, esse fast content elimina qualquer impulso de leitura mais profunda. E quem sofre? O jornalismo. Com o tráfego derretendo mais rápido que sorvete na Paulista às 15h, editores começam a considerar títulos do tipo “Leia antes que a IA resuma”. O resumo matou o raciocínio. O que resta é o cinismo: se a IA entrega 90% da resposta com 10% de precisão, o leitor fica feliz. E o jornalista, bom… vai procurar emprego com o verbo “redigir” bloqueado no LinkedIn.

Três Corações, mil demissões e a ADM no pet business: o capitalismo latindo para os trabalhadores como se fossem brinquedo mastigável

A ADM, gigante americana de nutrição, resolveu que mil brasileiros são, afinal, estatísticas dispensáveis no excel de alguma sede em Illinois. A unidade de pet food em Três Corações, sul de Minas, vai fechar. Mas com estilo: bilhão e meio em estrutura, tecnologia de ponta e uma das fábricas mais modernas da América Latina sendo desativada como quem troca de ração. A decisão chegou com a delicadeza de uma caçamba tombando: mil desligamentos em um só dia. Sem choro, sem miado, sem latido. O Brasil, onde se fala em reindustrialização de forma mais performática que eficaz, mostra novamente que investimento estrangeiro é amor de verão: quente, passageiro e sem mensagens depois. Os pets, claro, continuarão comendo bem — o problema é o dono que agora depende do Bolsa Família para comprar até o whiskas sachê. O futuro? Talvez um memorial da fábrica para turistas visitarem entre um café e uma lágrima.

Sean Combs, moções, masturbadores elegantes e a Lei Mann: quando a moral americana tropeça nas próprias fantasias com tripés e filmadoras

Diddy está bravo. Muito bravo. E quem pode culpá-lo? Ser condenado por prostituição sem lucros, sem menores, sem aliciamento e com consentimento parece, de fato, um pouco… vitoriano. Combs e sua trupe de advogados publicaram uma ode jurídica de 62 páginas alegando que sua única culpa foi ser um voyeur multimilionário com gostos peculiares. Sim, ele organizava orgias coreografadas, filmava, participava e depois assistia com as próprias parceiras. Mas onde está o crime? No mau gosto? A Lei Mann, de 1910, parece ter saído diretamente de um roteiro de “Mad Men”, pronta para policiar corpos e definir moralidade a partir do código postal. A justiça americana, em sua eterna confusão entre liberdade sexual e desordem pública, pode acabar transformando Diddy em símbolo — não da libertinagem, mas da hipocrisia. Afinal, entre Cassie, “Jane”, câmeras e testemunhas, o único elemento ausente parece ser o bom senso legal.

Leia ou ouça também:  Ciro Gomes, Cannes, Pressão...

Em 1990 o Iraque invade o Kuwait: a data em que Saddam Hussein confundiu petróleo com passatempo e transformou o mundo num tabuleiro bélico

Era 2 de agosto de 1990, e Saddam Hussein acordou inspirado: decidiu que o Kuwait era dele. Ponto final. O petróleo escorria pelas mãos como se fosse sua herança de família, e a soberania alheia virou um detalhe logístico. Com isso, o planeta entrou numa espiral que uniria George Bush pai, a CNN, bombas inteligentes e tempestades do deserto. Começava a Guerra do Golfo, ou como a mídia batizou: a primeira guerra com patrocínio, vinheta e cobertura ao vivo. A invasão não foi apenas um ato de megalomania — foi também um marco na transformação do conflito armado em espetáculo midiático. Desde então, guerras não precisam mais durar décadas para mudar tudo. Basta um ditador mal-humorado, um preço do barril em alta e um míssil com câmera HD. O resto é história — ou melhor, é replay no canal História com narração em inglês dublado.

Mounjaro, Trulicity e a nova aristocracia farmacêutica: como a elite do emagrecimento virou também a nova nobreza cardiovascular

Antigamente, quem controlava o açúcar era o padeiro. Hoje, é a big pharma. A nova promessa milagrosa vem na forma de uma caneta injetável: o Mounjaro, nome que parece personagem de novela mexicana, mas é a nova joia da Lilly no combate à obesidade e ao diabetes. Não satisfeito em fazer o brasileiro médio perder peso (e o sono com o preço), agora também protege o coração, melhora o rim e te deixa com índices sanguíneos dignos de atleta olímpico — desde que você tenha plano de saúde ou cartão black. A disputa com o Trulicity virou briga de gigantes: 8% menos infarto, 16% menos mortalidade geral. Tudo muito bonito, até você lembrar que o SUS ainda sofre para entregar metformina. Enquanto isso, clínicas cobram fortunas pela injeção da vaidade farmacêutica. E sim, funciona. Mas o futuro da medicina parece ser escrito por relatórios de acionistas: se o remédio não te cura, pelo menos valoriza na Bolsa.

A nova promessa milagrosa vem na forma de uma caneta injetável (Foto: Âncora 1)
A nova promessa milagrosa vem na forma de uma caneta injetável (Foto: Âncora 1)

Agentes, espiões, diplomatas e o 03

ChatGPT, Wikipedia e o fim do clique

Três Corações, mil demissões e a ADM no pet business”

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