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Brunno Jahara fala sobre o design multicultural

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Brunno Jahara é um designer de produtos e artista nascido no Rio de Janeiro. Brunno criou seu serviço de consultoria em design, o Jahara Studio, estabelecido na cidade de São Paulo. Após terminar seus estudos na Universidade de Brasília e no Istituto Universitario di Architettura di Venezia, Jahara foi selecionado para fazer parte do departamento de design da Fabrica, sob supervisão do designer espanhol Jaime Hayon. Na Fabrica, Jahara trabalhou para diversos clientes internacionais e desenvolveu sua coleção pessoal para as lojas Fabrica Features. Também participou de várias exposições no mundo todo, apresentando seu “universo pessoal”, em locais como La Triennale di Milano, Fondazione Bevilacqua La Masa em Veneza, Centre Georges Pompidou, Centre Design Marseille, Tokyo Designers Block, Milan Furniture Fair, Amsterdam Design Week, Sapporo Designers Week, Miami Design District, New York Design Week e vários outros em Veneza, Milão, Verona, Marselha, Amsterdam, Sapporo, Brasilia, São Paulo e Rio de Janeiro. Os desenhos de Jahara frequentemente misturam formas orgânicas com inspiração tropical, usando uma grande variedade de materiais. Essa combinação produz resultados únicos, que tornam cada peça especial e colecionável. Brunno faz uso de diversas mídias, inclusive, mas não se limitando a, aplicativos gráficos, móveis, instalações, interiores de lojas e joias.

Bruno, o que lhe fez optar pelo design de produtos?

Acho que sempre gostei de saber como se fazem as coisas e por isso acabei descobrindo no design de produtos isso, descobrir como são feitas as coisas e daí poder fazer outras novas coisas. Estudei primeiro em Brasília e depois na Itália, em Veneza, o que foi uma ótima base de formação.

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O que deve ser primordial para se ter um bom design de produtos?

Ele deve funcionar, ser atrativo, ser viável economicamente, claro, e despertar o desejo acima de tudo.

Quais outras áreas influenciam você em suas criações?

Muitas, estudo antropologia, história, arqueologia, ecologia, enfim claro, fotografia, filme e outras artes próximas me interessam também.

Você afirmou em uma certa ocasião, que algumas cidades tiveram uma influência sobre a sua obra. Em especial gostaria que falasse sobre Tóquio que tem uma arquitetura e um design arrojado.

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Muitas cidades me influenciaram, Brasília, Veneza, morei também na Holanda, e estive em vários lugares expondo meu trabalho, como Tóquio por exemplo, que tem uma maneira interessante de viver o mundo contemporâneo. Os japoneses têm uma sabedoria em relação ao uso das formas e materiais que é ancestral, puro design.

O que define a sua escolha de materiais para uma nova criação?

A cada coleção quero falar de algo, ou ser simples no uso de materiais mais pobres, mais naturais, e às vezes materiais mais resistentes e nobres como os metais. Na verdade cada material se adapta ao projeto de maneira intuitiva, depois de estudar muitas possibilidades.

Fale um pouco sobre a coleção Stacks.

Construí formas e objetos com usos diversos, feitos em metal, latão, cobre e prata. É bem interessante aliar estas formas simples com a quantidade criada de peças em parceria com a St. James, especializada em peças de acabamento impecável.

Um criativo deve sempre experimentar o novo ou ele deve seguir uma linha definida para suas criações?

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Se sua linha é experimental, a busca do novo sempre esteve associada a evolução da nossa espécie, nas artes, ciências, etc. Claro que cada profissional tem sua maneira de trabalhar e suas inspirações que acabam por moldar um corpo de trabalho reconhecível, mas inovar é sempre um desafio e necessário.

Você se enxerga como um profissional multicultural?

Talvez multicultural seja o fato de eu poder me comunicar com uma audiência global. O design é uma disciplina multicultural. É uma linguagem que atinge várias culturas e países da mesma forma, acho que neste aspecto diria que sim. Viajo muito, me inspiro em diversos modos de se viver, gosto de perceber a forma como as pessoas interagem e usam os objetos no seu dia a dia em diversas partes do mundo.

O que um bom design deve conter além de forma e função?

Além da forma e função o design deve conter emoção. Para ser especial, as peças devem ter alma. O design tem vida própria quando bem feito.

Em algum momento de sua carreira, você já criou algo que sente que será atemporal?

Gosto da ideia de manter as coleções em produção, claro que é difícil mas muitos dos meus trabalhos vêm sendo produzidos e continuam a vender bem por muitos anos, acho que isto seria um valor que é raro de acontecer. Eu também prefiro criar coisas que as pessoas vão desejar e conviver muito tempo, então espero que a maioria das minhas criações tenham vida longa!

Qual é o principal pilar de sustentação do Jahara Studio em sua visão?

Acredito que é um trabalho constante de produzir com qualidade, de conceber projetos que sejam relevantes para o nosso tempo. Talvez meu estúdio tenha uma característica poética na interpretação dos objetos, acho que seria um dos pontos diferenciais. Cada coleção tem uma história longa de desenvolvimento até chegar em um produto excelente e que dure por muito tempo. Existe uma multidisciplinaridade forte no meu traço. Consigo desenhar muitas tipologias usando materiais às vezes muito diversos como plástico, metal, papel e madeira

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Última atualização da matéria foi há 2 anos


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