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Diogo Garcia fala da força do capital criativo

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No Dia Mundial da Criatividade, celebrado no dia 21 de abril, foi realizada a primeira edição do World Creativity Festival (Festival Mundial da Criatividade) em Salvador (BA) entre os dias 20 e 22 daquele mês. O cofundador da Confraria do Empreendedor, Diogo Garcia, foi uma das vinte atrações do evento. Em uma talk presencial na capital baiana, ele abordou sobre as alavancas necessárias para fomentar ecossistemas empreendedores. “Para que realmente funcionem, os diversos players dos ecossistemas de empreendedorismo devem trabalhar de forma cooperativa e interdependente a fim de fomentar a capacitação de pessoas, investimentos e conexões que gerem negócios entre corporações, startups, PMEs e apoio de órgãos públicos e entidades de fomento. E claro, não falte apoio para a execução de ideias que possam resolver problemas da sociedade de forma criativa e inovadora” afirma Diogo. O público que esteve presente na apresentação viu que há um fator fundamental que faz com que toda essa engrenagem funcione: pessoas. São elas que fazem os negócios se movimentarem. “Não basta apenas financiar o ecossistema, é necessário que as pessoas também estejam engajadas nele”. Durante sua palestra, Diogo mostrou também sobre a importância da colaboratividade para o desenvolvimento dos ecossistemas empreendedores, que nada mais são do que grupos de pessoas com objetivos que se conectam.

Diogo, como se encontra o ecossistema empreendedor em nosso país?

Em 2021, quando falamos sobre investimentos de capital de risco em startups, foram investidos cerca de US$9,41 bilhões – mais que o dobro do valor que foi acumulado ao longo de 2020. Foi um ano histórico. Já em 2022, apesar de percebermos uma tendência de decréscimo no valor de investimentos desta natureza, é perceptível que temos um ecossistema ainda muito dinâmico e com muitos negócios em crescimento, sobretudo com a aceleração da digitalização na pandemia.

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Não podemos negar o impacto do cenário do aumento das taxas de inflação no mundo e questões geopolíticas, mas ainda há muitas oportunidades sobretudo para as startups, que já nascem com a prerrogativa de estarem em ambientes incertos, testando soluções no mercado. E há muitos problemas ainda a serem resolvidos, sobretudo em um país como o Brasil. Prova mais evidente disso é perceber, desde o começo da pandemia, o quanto healthtechs e edtechs se fortaleceram porque se propuseram a resolver problemas que surgiram naquele momento.

Quais as maiores dificuldades desse ecossistema em sua visão?

Primeiro a questão da atração e da contratação de talentos em tecnologia, que já é um problema global. Precisamos promover ainda mais conexões entre os players do ecossistema, sobretudo centros de capacitação, universidades e empresas. Outro ponto também é a atuação do poder público, a fim de fomentar um ambiente mais propício para empreender, por meio de decretos e leis. Não apenas para startups como para pequenas e médias empresas, que empregam boa parte da população brasileira.

Muitos dizem que uma ideia isolada vale pouco e o que seria importante no empreendedor é a ação. Você enxerga da mesma forma?

Sim, uma ideia sem execução não é nada. O que vale é uma execução bem feita.

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Empreendedores têm a tendência de serem mais cooperativos na conjuntura atual?

O que o cenário atual nos mostra é uma onda de colaboração muito grande, até porque muitos enfrentam os mesmos desafios, como a questão da busca por talentos e acesso à capital. E essas redes, como Confraria do Empreendedor, são muito importantes para que esses empreendedores possam compartilhar não só melhores práticas, como também erros em suas jornadas. É preciso também estimular a cultura do giveback, quando empreendedores que tiveram sucesso em sua jornada tentam de alguma forma compartilhar aprendizados com o ecossistema, proporcionando aprendizado e apoiando outros empreendedores em suas jornadas.

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Como a pandemia moldou os empreendedores e você em especial?

Tenho a convicção de que a pandemia mostrou a resiliência do empreendedor e reativou o mindset de testar, errar até acertar, o famoso fail fast. Para mim, isso foi importante, pois, tive que rever o que fazia, como fazia, a maneira de atender clientes em um momento onde as pessoas estavam mais vulneráveis. É sobre reinvenção, adaptação e olhar para oportunidades para você poder seguir.

Qual o papel da criatividade no sucesso de um empreendimento?

A criatividade é essencial para um empreendimento, não só do ponto de vista de criação, mas também de execução. Se falamos do fail fast, é preciso contar com criatividade para errar e acertar, pensar em maneiras de solucionar os erros. A criatividade faz parte dos principais skills do empreendedor.

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Quando surge a Confraria do Empreendedor?

A Confraria do Empreendedor, em que muitos conhecem como Confra, surgiu há seis anos para resolver a questão de como empreendedores e empreendedoras poderiam ajudar e serem ajudados dentro de um ecossistema com tantos players.

Quais os grandes pilares da Confraria?

Conectar diferentes empreendedores, investidores e players do ecossistema empreendedor brasileiro para que possam colaborar entre si e compartilhar sobretudo experiências, erros e aprendizados e assim fomentar negócios e empregos com crescimento sustentável e que gere impacto social e econômico no país.

Que paralelo você faz dos empreendedores agregados pela Confraria em 2016 e dos empreendedores que estão agregados em 2022?

No início, era apenas mais um grupo de WhatsApp e muito informal. Só que a adesão e o crescimento foram orgânicos nos primeiros tempos e logicamente os perfis que foram aparecendo ao longo do tempo para entrar na Confra foi se transformando, indo para além da persona do empreendedor. Começamos a ter investidores, executivos de inovação de grandes corporações, representantes de aceleradoras, hubs de inovação e também de outras comunidades de norte a sul do Brasil. Alguns membros chamam a Confraria como a “comunidade das comunidades”. O que é mais importante que se manteve perene desde a criação da comunidade é a cultura da colaboração.

O que esses empreendedores têm em comum?

São givers(doadores), que segundo a obra “Dar e Receber” de Adam Grant, são pessoas que estão juntas em prol de ajudar uns aos outras em desafios que eventualmente possam enfrentar em seus negócios.

Última atualização da matéria foi há 2 anos

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