Helen Mirren, Embraer, big techs…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
Paulo Bilynskyj lidera pelotão bolsonarista contra PEC da Segurança: quando o crime é só crime se não for o “meu”
O Congresso, essa usina de ironias nacionais, decidiu que a semana será de duelo ideológico com pitadas de vendeta pessoal. Paulo Bilynskyj, deputado do PL-SP e presidente da Comissão de Segurança Pública, capitaneia a tropa de choque bolsonarista contra a PEC da Segurança Pública, projeto que Lula empurra pela vitrine com Ricardo Lewandowski na retaguarda. O problema é que Hugo Motta, presidente da Câmara, resolveu colocar a PEC no fast track de votação, gesto interpretado como traição e vingança contra os fiéis seguidores de Jair. O ressentimento bolsonarista é quase bíblico: eles queriam, com urgência, votar o projeto de anistia para os fanáticos de 8 de janeiro, e o silêncio de Motta foi visto como um pecado imperdoável. Agora, o pelotão da bala aposta em bloquear o avanço da PEC, mostrando que a palavra “segurança” só faz sentido se aplicada aos seus aliados. Em Brasília, as trincheiras não têm tiros, mas têm gritos, regimentos internos e, claro, o velho faroeste parlamentar.
Carlos Fávaro vira astro do agronegócio em meio ao tarifaço de Trump: café para a China, prestígio no Planalto e candidatura no radar
Enquanto Trump brinca de enfiar tarifas nas exportações brasileiras, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, emerge como herói improvável do Governo. Lula, sempre com a lupa eleitoral ligada, já percebeu que o homem tem cacife. Fávaro não apenas driblou a fúria trumpista articulando com o agronegócio, mas também conseguiu habilitar 183 empresas para exportar café à China. Uma xícara de prestígio fumegante servida diretamente ao Palácio do Planalto. O ministro participa ativamente do Comitê Interministerial de Contramedidas Econômicas comandado por Geraldo Alckmin, como quem diz: “Sou ministro, mas também sei brincar de chanceler econômico”. Em 2026, o PT já avisou: vai abraçar sua candidatura ao Senado em Mato Grosso. No jogo das cadeiras políticas, Fávaro deixou de ser apenas um figurante para virar ator principal — e com direito a aplausos do agronegócio que, normalmente, vota contra o Governo, mas adora quem garante mercado para sua soja, carne e café.
Embraer faz 56 anos: a filha da Ditadura que virou multinacional e continua voando entre orgulho e polêmica
Em 19 de agosto de 1969, nascia a Embraer — produto direto da Ditadura Militar e do sonho de transformar o Brasil em potência aeronáutica. Cinquenta e seis anos depois, a empresa sobrevive como uma das maiores fabricantes de aviões do planeta, mesmo depois de quase ser engolida pela Boeing. De orgulho nacional a dor de cabeça privatizada, a Embraer é exemplo de como o Brasil consegue, de vez em quando, produzir algo que dá certo além do futebol e do carnaval. Seus aviões regionais são referência mundial, mas a empresa não escapa do paradoxo: orgulho patriótico para uns, símbolo do desmonte industrial para outros. O aniversário reacende a velha pergunta: o que teria sido da Embraer se tivesse ficado estatal? Talvez uma fábrica de dívidas. Talvez um colosso ainda maior. O fato é que, ao contrário do Brasil, a Embraer aprendeu a decolar e pousar sem destruir tudo no caminho.

Sophie Turner e Kit Harington passam do incesto fictício ao romance nojento de Hollywood: Game of Thrones nunca acaba, só muda de cena
Hollywood adora reciclar mitologias, mas às vezes exagera na ironia involuntária. Sophie Turner e Kit Harington, eternamente conhecidos como os irmãos Sansa e Jon Snow de Game of Thrones, voltaram a atuar juntos em “The Dreadful”. Só que, desta vez, interpretam um casal — e o resultado foi um constrangimento digno de novela mexicana. Sophie confessou, em entrevista, que a cena de beijo foi tão indigesta que os dois quase vomitaram no set. Quem já foi “irmão” por oito temporadas não se beija sem um certo travo de incesto imaginário. Turner, que ainda teve a brilhante ideia de sugerir Harington para o papel, agora confessa que não percebeu a cilada até ler o roteiro com beijos e sexo explícito. Resultado: cada cena virou uma performance de “como beijar sem lembrar do Natal em Winterfell”. O público, claro, já está curioso para ver se o nojo deles se traduz em bilheteria.
Lula e Noboa discutem regulação das big techs e comércio de bananas: democracia digital, camarão equatoriano e IA latino-americana no mesmo cardápio
No Planalto, Lula recebeu o presidente equatoriano Daniel Noboa com discurso sobre o grande dilema global: regular ou não as plataformas digitais. Segundo Lula, redes sociais viraram a Disneylândia do ódio, da pedofilia e da violência política. A proposta de regulação já está pronta para ser enviada ao Congresso e promete incendiar debates sobre censura, liberdade de expressão e quem manda na internet. Noboa, mais discreto, preferiu não entrar na polêmica, mas levou para casa promessas de cooperação policial e um agrado comercial: o Brasil quer importar bananas e camarões, desde que o Equador abra mercado para a carne suína brasileira. Na prateleira das prioridades, democracia digital divide espaço com crustáceos e frutas tropicais. Para apimentar ainda mais, Lula falou até em desenvolver uma Inteligência Artificial “latino-americana”, como se fosse possível criar um ChatGPT tropical que entenda cumbia, samba e planilhas da Receita. Entre algoritmos e alfândegas, a integração regional segue sendo uma salada de realismo mágico.
Helen Mirren decreta: James Bond é homem ou não é James Bond — e o feminismo agradece a confusão
James Bond, esse fóssil do glamour britânico, continua sendo alvo de debates sobre gênero, representatividade e charme no cinema. Desde que Daniel Craig aposentou o terno em 2021, Hollywood vive uma romaria de sugestões para o próximo 007: de atores galãs até listas de possíveis Bonds mulheres. Foi quando Helen Mirren, atriz de fala afiada, jogou um balde de martini seco na fogueira: “Sou muito feminista, mas James Bond precisa ser um homem”. Pronto, virou trending topic. Afinal, Mirren disse em voz alta o que muitos sussurram nos pubs londrinos: um Bond mulher seria outro filme, outro personagem, outra lógica. A frase, claro, caiu como bomba em meio ao politicamente correto que clama por modernizações radicais. Resta saber se o mundo quer mesmo reinventar 007 ou se prefere mantê-lo na confortável caricatura do espião charmoso, mulherengo e alcoolizado. A dúvida é se a franquia sobreviverá ao século XXI sem virar um meme de si mesma.

Xania Monet, Abbey Road, PL...
setembro 25, 2025Cat Stevens, Senado, Meca...
setembro 24, 2025Vale Tudo, Lawfare, ONU...
setembro 23, 2025Google IA, SAFs, Mounjaro...
setembro 22, 2025Ciro Gomes, Cannes, Pressão...
setembro 20, 2025Jimmy Kimmel, CBF, terremoto...
setembro 19, 2025Vaticano, TV Tupi, CNPJ...
setembro 18, 2025Charlie Kirk, Mercosul, F-35...
setembro 17, 2025Fux, Mahsa Amini, CPMI...
setembro 16, 2025Junk food, Itaú, Khrushchev...
setembro 15, 2025Marco Rubio, Mauro Cid, Oslo...
setembro 13, 2025Bets, Allende, Lisa Cook...
setembro 11, 2025
Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.
Facebook Comments