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Jimmy Kimmel, CBF, terremoto…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Samir Xaud, R$ 2,4 bilhões, Ednaldo deposto e a eterna CBF milionária: porque nenhuma crise institucional é tão grave que impeça o futebol brasileiro de engordar como um banqueiro suíço na primavera

O primeiro ano de Samir Xaud à frente da CBF é uma prova de que a bola pode estar murcha em campo, mas o caixa segue inflado como balão de festa infantil com hélio importado. R$ 2,4 bilhões em receita — mais do que os R$ 1,5 bilhão do ano passado e até acima da previsão otimista de R$ 2,2 bilhões. Grande parte do butim vem da herança bendita deixada por Ednaldo Rodrigues, deposto em maio em meio a denúncias e crises institucionais. Mas Xaud tem lá seus méritos: segurou patrocinadores, manteve o glamour, evitou fuga de capital e deixou claro que, na CBF, quem perde o cargo não perde o caixa. É a velha história do Brasil: troca o administrador, mantém o cofre. Não há Lava Jato, CPI, denúncia ou escândalo que faça essa máquina parar. E se a bola não entra no gol, o dinheiro entra no banco. É a “mística” do futebol-empresa versão Barra da Tijuca com tapioca gourmet.

Bolsonaro, Evo Morales, eleições e o golpe que só vale quando é do outro: o déjà-vu tropical da retórica que não morre nunca

Bolsonaristas agora decretaram que “eleição sem Bolsonaro é golpe”. É a mesma lógica do “meu ladrão é diferente do seu” e do “meu herói é eterno”. Em 2019, o próprio Bolsonaro disse que Evo Morales não foi vítima de golpe algum, que a palavra “golpe” era mania de perdedor de esquerda. Hoje, o script se inverte: sem Bolsonaro, a democracia é um teatrinho de marionetes do comunismo internacional. A coerência é um cachorro sem dono no Planalto, e a memória curta é o esporte oficial de Brasília. O que vale é gritar mais alto. A palavra “golpe” virou um guarda-chuva de conveniências: protege uns, fulmina outros. E o público aplaude, porque no fundo todo mundo gosta de um golpe — desde que não seja contra o seu time. Bolsonaro e sua conversinha fiada ainda ecoam como disco arranhado no rádio velho da política nacional.

Jimmy Kimmel cancelado, Charlie Kirk mártir e Nexstar de mãos dadas com a moral televisiva: quando o talk show vira tribunal de inquisição para salvar audiência

Jimmy Kimmel rodou. A ABC suspendeu seu programa indefinidamente, e a Nexstar — que parece mais preocupada em vigiar comentários do que vender anúncios — chamou suas falas sobre a morte de Charlie Kirk de “ofensivas e inadequadas”. A televisão americana, que adorava posar de baluarte da liberdade de expressão, agora se esconde atrás de cláusulas morais e comunicados corporativos. Kimmel, que vivia do sarcasmo, virou vítima dele próprio. A TV aberta corre para se alinhar a humores políticos, como se pudesse apagar a fogueira do debate público. O cancelamento vira espetáculo, o espetáculo vira moralismo, e o moralismo vira produto para vender no horário nobre. No fundo, Kimmel não caiu por um comentário, mas por um sistema que precisa de bodes expiatórios regulares para fingir que ainda tem poder sobre a narrativa.

Jimmy Kimmel rodou. A ABC suspendeu seu programa indefinidamente (Foto: Today)
Jimmy Kimmel rodou. A ABC suspendeu seu programa indefinidamente (Foto: Today)

O terremoto mexicano de 1985, dez mil mortos e a lembrança que não morre: como um país aprendeu na dor o que o mundo insiste em esquecer

Em 19 de setembro de 1985, um terremoto de magnitude 8,1 destruiu parte da Cidade do México e matou cerca de 10 mil pessoas. Quarenta anos depois, o trauma ainda ecoa, mas em ritmo de esquecimento seletivo. O México aprendeu que, em matéria de tragédia, a reconstrução é tão política quanto o desastre. Sirenes tocam todo ano nessa data, simulando alerta e memória; mas os mesmos problemas urbanos — adensamento, desigualdade, corrupção em obras — permanecem. A catástrofe virou referência histórica, mas também exemplo de como os governos transformam luto em peça publicitária para eleições seguintes. Hoje, lembrar 1985 é como visitar um museu de erros recorrentes. E, de quebra, funciona para o resto da América Latina como uma parábola: tragédias naturais podem ser inevitáveis; tragédias administrativas são escolha.

Leia ou ouça também:  MasterChef, Botafogo, Greve no DF...

Donald Trump, Charlie Kirk, Keir Starmer e um velório político em escala global: quando o culto à personalidade vira plataforma eleitoral e funeral mid

Trump, diante do premier britânico Keir Starmer, fez discurso comovido sobre Charlie Kirk, o “jovem com futuro presidencial” assassinado. O ex-presidente norte-americano transformou um funeral em palanque, usando Kirk como símbolo de um Ocidente supostamente em guerra cultural. Trump, mestre em transformar tudo em narrativa pessoal, pintou Kirk como mártir e lembrou que já via nele um potencial presidente. O show político se mistura ao luto, e o luto vira roteiro para talk shows, coletivas e tweets. O enterro de Kirk será transmitido quase como um Super Bowl moral. Gratidão aos britânicos, culto no Arizona, lágrimas coreografadas. Em meio à comoção, sobra uma pergunta: onde termina o pesar genuíno e começa a instrumentalização? Mas, no final, pouco importa. Na era da política-celebridade, até a morte ganha marketing.

Paulinho da Força relator da anistia dos golpistas, Hugo Motta maestro do perdão e STF na plateia: um projeto meio-termo para pacificar o Brasil ou só mais um cabo de guerra?

Paulinho da Força foi escolhido relator da proposta que pode reduzir penas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O texto deve sair nas próximas semanas com aquele cheiro de “nem lá, nem cá” — um perdão parcial, uma anistia envergonhada, um “meio-termo” que é, na verdade, a arte brasileira de empurrar para debaixo do tapete. Hugo Motta posa de maestro do consenso, Alexandre de Moraes assiste da plateia, e a Câmara brinca de lava a alma nacional. O objetivo declarado é “pacificar o país”; o real é encerrar um assunto que incomoda Brasília. Paulinho tem trânsito com todas as alas e sabe negociar. Se o país vai mesmo pacificar é outra história. O risco é anistiar a história antes de ela ser escrita. E, como sempre, o Brasil acha que o esquecimento é a melhor política pública.

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