Livan, Bob Vylan, Holanda…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
Lifan vira Livan e tenta ressuscitar no Brasil com carros elétricos de troca de bateria: plano chinês ignora o Brasil real, onde nem tomada tem direito
A montadora chinesa Livan, ressuscitada das cinzas da falida Lifan, está ensaiando um retorno triunfal ao Brasil. A estratégia? Carros elétricos com baterias trocáveis em vez de recarregáveis — como se o brasileiro tivesse uma estação de troca no quintal. A empresa, agora amparada por um Frankenstein industrial que junta a Chongqing Qianti com a gigante Geely, já está negociando com dois grupos de venda locais. A proposta pode até ser futurista, mas a memória do consumidor brasileiro não é tão curta assim: a falência de 2019 ainda está na garagem da lembrança. E, sejamos honestos, trocar bateria em estações num país onde se luta por um posto de gasolina decente na estrada é um tanto… otimista. Livan já botou os pés na Rússia, Espanha e Indonésia — locais onde o improviso também é rei — mas no Brasil, onde a gambiarra é cultura, talvez seja mais fácil trocar o carro inteiro do que a bateria.
“Morte às FDI” no Glastonbury: punk inglês Bob Vylan radicaliza discurso, transforma palco em palanque e a plateia em zona de guerra ideológica
Bobby Vylan, da dupla punk Bob Vylan, achou que o Glastonbury precisava de um pouco mais de radicalismo. Durante seu show, gritou “Morte às FDI” (Forças de Defesa de Israel), provocando aplausos, vaias, xingamentos e uma tempestade de posts nas redes. Depois, no Instagram, foi mais filósofo que músico: disse que tudo foi inspirado na filha, que respondeu uma pesquisa sobre merenda escolar (?). É, aparentemente, falar de sanduíche virou a ponte para clamar contra exércitos. Vylan defendeu a importância de passar o bastão para as novas gerações, antes que os adultos entorpecidos por boletos e responsabilidades apaguem qualquer faísca de rebeldia. Em outras palavras: se for pra militar, que seja alto e com eco no feed. O festival virou ensaio de política internacional em tempo real — com direito a guitarras, berros e polarização. E assim, o punk ressuscita… mas agora com dossiê geopolítico.

23 anos do Tribunal Penal Internacional: criado para punir crimes de guerra, virou reduto de processos que ninguém cumpre e chefes de Estado ignoram
O Tribunal Penal Internacional, sediado em Haia, completou 23 anos de existência — tempo suficiente para formar um adulto que já percebe que ninguém leva ele a sério. Criado para julgar crimes de guerra, genocídios e afins, o TPI acumula uma ficha de condenações que não causaram mais que aborrecimento em ditadores e ex-líderes. Os Estados Unidos, claro, nem assinaram o Estatuto de Roma. Israel, Rússia e China fingem que ele não existe. E líderes africanos chamam a corte de “colonialismo jurídico europeu”. O aniversário será comemorado com silêncio internacional, porque não há muito o que dizer. O tribunal é tipo aquele fiscal que aparece depois que o restaurante já explodiu — faz o relatório, mas ninguém é preso. Um lugar onde a justiça é mais uma ideia do que um efeito. Envelheceu, mas não amadureceu.
Bolsonaro na Paulista pede 50% do Congresso para mudar o Brasil: nem precisa ser presidente, diz ele, basta um “Valdemar” e alguns fiéis de WhatsApp
Jair Bolsonaro voltou à Avenida Paulista, agora na versão “Rei em Exílio”, clamando por 50% da Câmara e 50% do Senado para “mudar o Brasil” — detalhe: sem nem precisar ser presidente. No palanque, ao lado de ex-ministros, parlamentares e governadores da ala “neoliberal raiz com toques de apocalipse”, o ex-presidente usou o ato como uma espécie de termômetro eleitoral e tentativa de ressuscitar um capital político cada vez mais encurralado por inquéritos e inelegibilidade. Com um público estimado em 12,4 mil pessoas, segundo levantamento do Cebrap, o evento foi mais modesto que os anteriores. A culpa, segundo os organizadores, é das férias escolares, dos jogos da FIFA e, talvez, da realidade. Bolsonaro ainda crê que pode mover o país com sua retórica, mas o Brasil de 2025 parece mais preocupado com Pix atrasado do que com bravatas de palanque. “Justiça Já” virou “Justiça Já que não veio”.

Sinal de rádio vindo do Amanhecer Cósmico sugere que o Universo era um berçário de estrelas e buracos negros, e não um vácuo tedioso como se pensava
Pesquisadores encontraram um sinal de rádio de 13 bilhões de anos atrás, possivelmente vindo do período chamado de “Amanhecer Cósmico”, quando as primeiras estrelas começaram a pipocar no vazio. A descoberta foi publicada por cientistas da Universidade de Cambridge, que garantem que agora podemos entender como a escuridão absoluta virou céu estrelado — um pouco como entender como um político sem voto vira ministro. O sinal, gerado por átomos de hidrogênio, é um eco fantasmagórico de um tempo em que o Universo era só gás e expectativa. Para além do jargão técnico, o achado é emocionante: pela primeira vez conseguimos espiar os bastidores do Big Bang. E se o futuro da ciência continuar assim, talvez um dia a gente também entenda como o ser humano inventou o Orkut, depois o TikTok, e achou que estava progredindo.
Holanda propõe idade mínima de 15 anos para redes sociais e vira referência global na luta contra a infância dominada por dancinhas virais e FOMO
O Ministério da Saúde, Bem-Estar e Esportes da Holanda jogou um balde de água fria na geração Z ao recomendar idade mínima de 15 anos para acesso a redes sociais como TikTok e Instagram. A justificativa? Proteger o cérebro das crianças da overdose de vídeos de gente fazendo transição de roupa ou receitas de slime com glitter comestível. O governo holandês quer que os jovens aprendam a conversar antes de viralizar. Apps de mensagem como WhatsApp seriam liberados a partir dos 13 anos, e, pasmem, o uso de telas é desaconselhado para menores de 2 anos — o que, para alguns pais brasileiros, é o mesmo que declarar guerra ao app da Galinha Pintadinha. O comunicado oficial ainda afirma que redes sociais têm um efeito “viciante e devastador”, e que a proibição nas escolas deve se manter. Enquanto isso, em muitos países, a discussão ainda gira em torno de “meu filho mexe no tablet no restaurante, e daí?”.
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setembro 13, 2025
Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.
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