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Michelle Bolsonaro, PIX, Napoleão…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Jorge Messias peregrinando pelo Senado como vendedor de enciclopédia: Renan e Cid Gomes prometem fidelidade e Pacheco reencontra o destino, a rejeição e o espelho ao mesmo tempo

O Governo Lula decidiu que, para provar força, vale bater em cada porta da CCJ como o carteiro que traz fatura e simpatia. Jorge Messias, AGU com nome de profeta e missão de vendedor da Avon institucional, está tentando converter nove senadores indecisos antes de quarta-feira (03). A conta é simples: dois (Renan e Cid) já rezam no altar do Planalto, faltaria um voto para transformar o Messias em ministro e a CCJ em tabernáculo. O Planalto, contudo, não quer vitória magra, quer goleada, festim, espetáculo – porque a derrota futura no plenário será menos constrangedora se ao menos tiver “bom público” na fase de grupos. A peça de teatro inclui o encontro com Rodrigo Pacheco, o ex-noivo político, que sonhava com o STF até descobrir que o noivo verdadeiro era outro. Lula escolheu Messias, e Pacheco engoliu seco como quem finge gostar de salada. Agora os dois se encontram para fingir que tudo está bem, enquanto Davi Alcolumbre, padrinho rejeitado, observa a cena com o entusiasmo de um sogro no divórcio. É pura liturgia do poder: abraços gelados, promessas cordiais, punhais invisíveis e a esperança de que ninguém filme o close. A democracia é linda, até abrir a boca.

Ricardo Magro, o homem que deve R$ 26 bilhões, mora em mansões e toca DJ em Miami: Brasil inventa o capitalismo sem culpa, sem pudor e com Maserati alugada do LeBron James

A história do empresário é uma comédia de humor negro com trilha de deep house: o homem deve R$ 26 bilhões, mas vive como se fosse CEO da Suíça. Dono da Refit, ex-advogado de Eduardo Cunha e DJ nas horas vagas (sob o nome Ogram, que só pode ser piada existencial), Magro vive em Miami – a capital mundial do exílio de ricos com CPF irregular e cartão black sempre pago. No Brasil, ele lidera rankings de dívidas como se fossem listas da Billboard: segundo maior devedor no Rio, maior em São Paulo, e provavelmente o mais sorridente em Orlando. Seu processo de separação expôs o estilo de vida: mansão de 9 mil metros quadrados, imóveis em Key Biscayne, barco de luxo, coleções que fariam a Receita Federal entrar em coma. Após a separação, alugou propriedade do LeBron James e dirigia Maserati de R$ 1 milhão, porque ostentar com patrimônio próprio dá muito trabalho. O Brasil tem essa genialidade de transformar o inadimplente em ídolo: Magro é a prova viva de que ser bilionário no país é uma licença poética. Dívida aqui é virtude; pagar imposto é gafe social.

Michelle Bolsonaro, os enteados ciumentos e a política como novela evangélica com roteiro improvisado: crise familiar estrelando Ciro Gomes, PL e ressentimento hereditário

Michelle decidiu que não vai fingir entusiasmo por uma aliança com Ciro Gomes – e falou isso publicamente, diante de apoiadores, com a convicção de quem sabe que está desafiando o patriarcado e o grupo de WhatsApp da família ao mesmo tempo. Os filhos reagiram como elenco de “Malhação” político: Flávio reclamou que ela atropelou o pai, Carlos repostou drama, Eduardo chamou de desrespeito, e Jair Renan provavelmente tentou vender NFT do conflito. Michelle respondeu como personagem de novela de época: “Sou mãe, sou esposa, mas tenho opinião.” Ou seja, diplomacia com passivo-agressividade. O PL está furioso, a direita está dividida e Ciro recebe tratamento de porta de boate. A família Bolsonaro transformou a cena em teatro grego: filhos contra madrasta, pai ausente, aliados oportunistas e a eterna disputa pelo testamento político. Freud chamaria de caso clínico. Shakespeare chamaria de ouro.

Michelle decidiu que não vai fingir entusiasmo por uma aliança com Ciro Gomes (Foto: Wiki)
Michelle decidiu que não vai fingir entusiasmo por uma aliança com Ciro Gomes (Foto: Wiki)

PIX quebra recorde com 297 milhões de transações e R$ 166 bilhões em um dia: Brasil transforma transferência digital em esporte olímpico, religião nacional e alívio do boleto

O BC comemorou o recorde como se fosse medalha de ouro: 297,4 milhões de pagamentos em um único dia, graças à Black Friday e ao 13º pingando nas contas. A economia brasileira é movida pelo ciclo sagrado: recebe, compra, parcela, paga taxa e chora. E o PIX virou o sacramento nacional. São 170 milhões de brasileiros usando, 890 milhões de chaves cadastradas e R$ 85,5 trilhões movimentados desde 2020 – o PIB da dor de cabeça coletiva. Agora chega o PIX Automático, que promete matar o débito automático, enterrar o cartão de crédito e dar autonomia para pagar academia sem precisar falar com ninguém – o sonho brasileiro. A fintech EBANX estima US$ 30 bilhões movimentados nos próximos dois anos, porque brasileiro ama automatizar dívida. O Banco Central vende a novidade como modernidade; os bancos choram, as empresas comemoram, e o consumidor pergunta: “tem cashback?”. O PIX virou símbolo da genialidade tropical: desigualdade estrutural, juros obscenos, mas transferência instantânea e gratuita para continuar girando a roda do capitalismo nervoso.

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02 de dezembro de 1804, Napoleão coroa a si mesmo como imperador: autossuficiência, narcisismo e cosplay de César antes da invenção do Instagram

Na catedral de Notre-Dame, Napoleão decidiu que, se Deus não descesse para coroá-lo, ele faria o serviço sozinho. O papa estava presente, mas funcionou como figurante caro, observando um francês baixinho reinventar a liturgia do poder como se estivesse inaugurando a era do “self-empowerment”. Foi o primeiro influenciador sem rede social: se autocoroou, declarou-se destino e ainda posou para pinturas que viraram press releases da época. O gesto inaugurou uma estética política que o mundo aperfeiçoou: líderes que se acham enviados divinos, cercados de ritos, símbolos e maquiagem ideológica. Napoleão, claro, perdeu no fim – mas ensinou algo duradouro: o poder absoluto começa com a certeza de que ninguém pode dizer não. Ele só faltou postar “feeling cute, might invadir Russia later”.

Sabrina Carpenter, ICE, TikTok e Trump: o governo transforma pop em propaganda xenofóbica enquanto artistas descobrem que copyright é só ficção científica

Nos shows, Sabrina Carpenter jogava algemas rosa para fãs histéricas, sugerindo posições ousadas e trocadilhos que fariam Freud pedir aposentadoria. Agora, Trump transformou a música “Juno” em trilha sonora de um vídeo do ICE prendendo imigrantes ilegais no TikTok – porque nada comunica fascismo institucional como pop sensual de loirinha millennial. Na legenda, a Casa Branca citou: “Você já tentou essa? Tchau-tchau.” Nada como a sutileza de deportação com emoji. Não é a primeira vez. Olivia Rodrigo já chamou o governo de racista após usar sua música em propaganda anti-imigração; Taylor Swift também foi vítima involuntária, e ironicamente, virou trilha de um vídeo que comemora “O Destino da América” com foto de Trump e sua ficha policial. A estética é simples: patriotismo cringe + música pop + photoshop ruim. E nada disso com autorização. Artistas protestam, advogados reclamam, e Trump segue usando playlists alheias como se o Spotify estivesse em default. Os EUA provaram que copyright, ética e bom gosto são conceitos opcionais no Estado moderno.

Jorge Messias peregrinando pelo Senado como vendedor de enciclopédia

Ricardo Magro, o homem que deve R$ 26 bilhões, mora em mansões e toca DJ em Miami

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