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PT, COP-30, Me Too…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Liberty Metals descobre que o Brasil é o outlet global do subsolo: a Austrália manda o know-how, nós mandamos o território, o impacto ambiental e o cafezinho

A Liberty Metals, essa distinta senhora australiana que chega ao Brasil com o ar de quem está fazendo um favor histórico, prepara sua segunda rodada de investimentos no país. É aquele caso clássico: a Oceania tem o capital, o Brasil tem o chão. E mais uma vez, o nosso solo – que já deve estar no divã há décadas – se torna protagonista da novela mundial dos minerais críticos. Na Paraíba, no Rio Grande do Sul e na Bahia, projetos de rutilo, areias pesadas e terras raras vão se transformando naquela salada geopolítica que agrada os investidores e entope de angústia os ambientalistas. Circulam boatos de que a empresa quer comprar direitos contíguos — expressão elegante para “vamos ocupar mais um pedacinho aqui, sem alarde”. As tais “parcerias locais” prometem um pacto de desenvolvimento que, na prática, costuma significar: nós ficamos com o risco social e ambiental; eles ficam com o lucro pago em dólar. No fim, o Brasil se consagra como polo estratégico global de extração, exportação e exaustão. A história é velha. Só mudaram as mineradoras.

Eduardo Bolsonaro acusa Tarcísio de ser o candidato do establishment: Freud, Jung e o sobrinho do Carluxo confirmam que o trauma é hereditário

Eduardo vai com tudo em direção ao governador paulista Tarcísio de Freitas. O enredo é simples: se Tarcísio subir para a faixa presidencial em 2026, será com apoio da máquina maligna do sistema, essa entidade etérea que vive, segundo Eduardo, nos corredores do STF e nas telas escuras das urnas eletrônicas. Eduardo diz que tudo é parte de um plano maquiavélico para domesticar o bolsonarismo. Tarcísio, nessa dramaturgia, seria um personagem agradavelmente palatável para o “sistema” — o “Bolsonaro que dá bom dia sorrindo”. E, como todo bom capítulo de novela, vem a autorreferência dramática: Eduardo diz que o pai virou mártir com tornozeleira, “esculachado”, para sustentar essa candidatura que, segundo ele, depende exclusivamente do voto bolsonarista. Tradução: quem manda no reino é o patriarca. E se o herdeiro precisa lembrar isso toda semana, talvez o reino esteja com infiltrações.

Zohran Mamdani vira prefeito de Nova York e o PT sente cheiro de déjà vu revolucionário: a utopia socialista reencontra o espelho — agora com sorriso de TikTok

A vitória de Zohran Mamdani em Nova York caiu como um raio vitaminado nos corredores do PT. Não porque o Brasil seja Nova York (longe disso), mas porque o moço conseguiu ganhar eleições sendo abertamente socialista, defendendo congelamento de aluguéis, passe livre e creche universal — propostas que no Brasil são tratadas como se viessem de Marte com broche do Che Guevara. No PT, há quem diga que Lula deveria voltar a ser Lula raiz, o das greves, dos sonhos, da utopia que cabia em cartazes feitos à mão. Humberto Costa fala em resgatar o espírito socialista; Rui Falcão diz que é hora de dizer ao país que o PT ainda tem ideais. A campanha de Mamdani foi suave, didática, quase afetuosa. Um radical gentil. Um revolucionário de fala baixa. Uma mistura rara: firmeza sem vitrine. O PT quer aprender isso. Porque, em 2026, não basta disputar voto. É preciso disputar também imaginação.

A vitória de Mamdani em NY caiu como um raio vitaminado na sala do PT (Foto: Wiki)
A vitória de Mamdani em NY caiu como um raio vitaminado na sala do PT (Foto: Wiki)

08 de novembro de 1923: o dia em que um bar virou ensaio geral do Fascismo 2.0 — e todo mundo achou que era só um maluco gritando cerveja na mão

O Putsch da Cervejaria é aquele momento histórico que deveria ser ensinado com sirene de incêndio ao fundo. Ali, em 1923, um agitador raivoso chamado Adolf Hitler tentou tomar o poder na base do bracinho estendido e da marcha mal coreografada. O golpe deu errado — porque até o Fascismo tem seu período de rascunho — mas serviu para que o mundo entendesse tarde demais que fascistas não desistem facilmente. Hitler passou nove meses escrevendo seu manifesto de ódio e ressentimento na cadeia (como se fosse um influenciador cancelado fazendo thread no Medium). As elites alemãs, achando tudo uma excentricidade, olharam complacentes. Resultado: sabemos como a história terminou — mal, muito mal, catástrofe civilizatória mal. Se tem uma lição aqui, é esta: nunca subestime o sujeito ressentido com ambições messiânicas em bares. História adora repetir piadas, mas quase sempre tira a graça no meio.

Leia ou ouça também:  “The Wasp”, Oasis, FAB...

COP-30 inaugura a era da sustentabilidade gourmet: banheiro sem água, TV desligada e brigadeiro a R$ 20 — o planeta aquece, mas o preço do bolo aquece mais rápido

Primeiro dia da Cúpula dos Líderes na COP-30 e o clima não é apenas global — é de festa junina improvisada após pancada de chuva. Banheiros sem água, tomadas que decidiram fazer greve, telas desligadas e técnicos circulando como se estivessem procurando dignidade perdida entre cabos. A justificativa oficial é sempre a mesma: “pequenos ajustes”. Sim, claro. Pequenos, como pagar R$ 25 por uma água ou R$ 70 por um strogonoff de palmito — o primeiro prato da história que é, ao mesmo tempo, vegetariano, caro e existencialmente agressivo. A Zona Azul exige cartão pré-carregado, como em rave chique. Tudo isso com líderes mundiais debatendo mudanças climáticas enquanto, do lado de fora, a cidade enfrenta alagamentos que o Governo jura que o sistema de drenagem segura (ele segura, claro — segura a esperança e a paciência do cidadão). A COP começou. O planeta arde. Mas o lucro está geladinho.

Kristen Stewart, o Me Too e a raiva que não foi convidada para o tapete vermelho: quando Hollywood diz “vamos apoiar as mulheres”, mas manda mensagem cobrando silêncio

Kristen Stewart, que deixou há muito tempo o rosto de Crepúsculo para trás e resolveu mirar Elizabeth Taylor, Antonioni e Virginia Woolf no mesmo gesto, agora dirige, escreve e grita — e com razão. Durante um almoço chique da Chanel (porque nada é mais irônico do que denunciar o patriarcado tomando água com limão siciliano importado), ela disse o óbvio que Hollywood prefere esquecer: o Me Too esfriou. A indústria, sempre talentosa em performar progressismo com a mesma sinceridade de um brinde falso, deu dois passos para frente e três para trás quando percebeu que empoderar mulheres custa dinheiro, visibilidade, confiança e risco criativo. Stewart falou da raiva reprimida, da violência invisível, das histórias que não cabem em campanha de streaming com atores sorrindo em fundo bege. O estudo da USC comprova: apenas 12% dos filmes foram dirigidos por mulheres. O resto voltou para o clube eterno dos mesmos homens com bonés e prêmios. Stewart não pede permissão — exige. E promete morder o pódio se preciso. Finalmente, alguém está constrangendo quem merece.

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08 de novembro de 1923

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