Títulos Cancelados, Orwell, Fugitivos…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
O Clube dos Fugitivos: Carla Zambelli, fundadora honorária?
Zambelli abriu o caminho e parece que Jair Bolsonaro estuda seguir os passos. Só falta combinar com o GPS. O ex-presidente, prestes a ser julgado por tentativa de golpe, agora se exibe em almoços como celebridade nostálgica – tirando selfies com fãs e tentando provar que não está com cara de quem vai fugir, embora pareça exatamente com isso. Mesmo com o passaporte retido, os analistas apostam que nada impede um plano mirabolante envolvendo lanchas, mapas antigos e um dublê. Se for pego em casa, será por acaso. O Brasil, como sempre, assiste a essa novela com pipoca – fria.
Musk x Trump: briga de bilionário é sempre edificante
O bromance político entre Elon Musk e Donald Trump naufragou. Depois de meses de flerte velado, Musk resolveu descer o sarrafo no “One Big Beautiful Act” – apelido kitsch para o pacote econômico de Trump. Em retaliação, o presidente dos EUA prometeu cortar todos os bilhões que Musk recebe em subsídios. “Por que o Biden não fez isso antes?”, perguntou Trump, num lapso de sinceridade. Musk respondeu com classe: sugerindo que Trump poderia ter laços com Jeffrey Epstein. O mundo corporativo norte-americano virou um ringue de quinta série, com memes, egos inflados e implicações federais.
Brasil, o país onde ninguém quer ninguém
A pesquisa Genial/Quaest escancarou o segredo de polichinelo: os brasileiros não querem saber nem de Lula, nem de Bolsonaro em 2026. O primeiro é rejeitado por 66%, o segundo, por 65%. Com uma margem de erro de dois pontos, está oficialmente empatado o campeonato da fadiga democrática. Bolsonaro continua inelegível, mas finge que não. Lula insiste, mas o público se mostra cansado da reprise. A novidade? Não há novidade. O eleitor quer qualquer coisa que não seja o que já conhece. Só não sabe o quê. Nem quem. Resta torcer por um algoritmo ou um acaso da natureza.
Título cancelado: cinco milhões de brasileiros estão OUT
Entre os dias 30 de maio e 2 de junho, mais de cinco milhões de títulos de eleitor foram cancelados. O motivo? Ausência sem explicação em três eleições consecutivas. Se cada turno conta como eleição, bastam dois domingos de preguiça e uma abstenção anterior para entrar na lista. A Justiça Eleitoral foi clara, e quem achou que “esquecer” de votar era sem consequências descobriu que não é bem assim. Agora, uma multidão está literalmente sem voz – e não por culpa do algoritmo. Mas calma: eles ainda podem xingar muito nas redes sociais. Cidadania líquida, voto evaporado.

Carla Zambelli, foragida oficial e agora globalizada
Do cercadinho ao noticiário internacional. A deputada Carla Zambelli agora figura na lista vermelha da Interpol. Após sumir do mapa e anunciar que “saiu do Brasil”, Zambelli foi formalmente rotulada como foragida. A inclusão na lista foi pedida pela PF e autorizada pelo STF. Alexandre de Moraes, incansável, determinou os trâmites com rapidez cirúrgica. Agora, cabe ao conselho da Interpol validar o pedido – o que já foi feito. A ficha da ex-combatente da Lava Jato e musa das fake news agora brilha em Lyon. De influencer patriótica a fugitiva internacional. Carreira meteórica.
Recordar é Viver: Orwell faz 75 e o Brasil segue testando os limites da ficção
O mundo relembra a publicação de 1984, clássico de George Orwell, e nós aqui seguimos como caso de estudo involuntário. A distopia literária, que retrata um governo autoritário onde o pensamento é vigiado, virou referência permanente no debate público – e até figurinha de WhatsApp. Orwell queria alertar, não profetizar. Mas aqui, entre ministros que punem pensamento e deputados que fogem com passagens pagas, o livro parece reportagem. Ironias à parte, o Big Brother segue vivo, só que agora em HD e com live no Instagram. E o Ministério da Verdade já tem canal no YouTube.

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Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.




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