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O olhar diferenciado de Ricardo Yazbek da XP

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A chegada do último trimestre do ano pode ser motivo de preocupação para muitos brasileiros, afinal, é o período no qual as contas se multiplicam. Aqueles que não estiverem com o planejamento financeiro em dia podem se prejudicar. Além das despesas fixas mensais, são meses de gastos com presentes de Natal, viagem de férias, matrículas escolares, entre outros. Os brasileiros também precisam se preparar para o pagamento de vários tributos que são cobrados em janeiro, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o licenciamento veicular, entre outros. O líder regional da XP Investimentos no interior do Estado de São Paulo, Ricardo Yazbek, explica que o 13º é uma renda importante e que deve ser priorizada para o pagamento de dívidas ou quitação de contas. De acordo com uma pesquisa realizada ano passado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em parceria com a Offer Wise, 33% dos brasileiros pretendiam gastar o 13º com presentes de Natal em 2021. E 34% dos entrevistados afirmaram que poupariam estes recursos. “Essa pesquisa nos mostra como a maioria dos brasileiros utiliza esse recurso de forma equivocada. O 13º salário só deve ser utilizado para lazer ou presentes de fim de ano por aqueles que não possuem dívidas e que já têm uma outra reserva para as contas de janeiro”, orienta Yazbek.

Ricardo, como enxergou o cenário dos anos anteriores em comparação com 2022?

Nos anos anteriores, a massa de renda ampliada estava abaixo do nível observado agora. Portanto, hoje, temos mais sustentação ao consumo, apesar das condições monetárias mais apertadas. No recorte por setor, observamos uma contração do varejo no terceiro trimestre e alta continuada de serviços. No fim de ano, a sazonalidade impulsiona o varejo.

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A pandemia teve um peso crucial na economia. Quais os fatores podemos elencar além desse?

Além da pandemia, tivemos, nos últimos anos, uma alta de juros no Brasil e no mundo, uma inflação persistente, desarranjos nas cadeias globais devido à guerra na Ucrânia e ainda reflexos da pandemia. No Brasil, em específico, a incerteza em relação ao cenário fiscal também pode ser considerada um componente de risco nesse cenário, que pressiona câmbio e ativos domésticos.

Como os empresários estão vendo o momento atual?

As condições monetárias mais apertadas por aqui, acrescidas do risco fiscal, podem afetar a confiança dos empresários nos próximos meses, em linha com o cenário de crescimento de 1% para o PIB brasileiro, previsto pela XP. Caso reformas venham a ser aprovadas, especialmente a tributária, poderemos ver uma melhora.

O planejamento financeiro se torna fundamental. Quais são os grandes fundamentos para esse planejamento?

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A gente deve ter em mente que a quitação de dívidas deve sempre ser priorizada em qualquer planejamento financeiro. Então, antes de mais nada, a gente deve colocar na ponta do lápis todas as despesas que vão ter no fim e no início do ano. IPVA, IPTU, matrícula escolar, materiais escolares, etc. É preciso anotar todas elas e os valores, para então se utilizar a renda do 13º ou da reserva que tiver para pagar essas contas. Caso ainda sobre renda depois do pagamento dessas despesas, aí se pode pensar em mais dois cenários para utilizar o dinheiro: reservar a maior parte do que sobrou para iniciar uma conta de investimentos, em primeiro lugar, e tentar aumentar essa renda avulsa, e, em segundo lugar, se ainda restar dinheiro, aí sim fazer uma lista daquilo que se quer adquirir de forma supérflua, como viagens, roupas, ou outros itens. Mas sempre colocando na ordem de prioridade cada um deles e gastando, primeiro, com o mais importante e necessário.

Leia ou ouça também:  Finanças e mercado por Samuel Magalhães

Ser criterioso no uso do 13º terceiro faz parte desse planejamento?

Certamente. O 13º salário ou qualquer renda extra que tivermos deve sempre ser priorizado para o pagamento de dívidas, depois, para investimentos, e, por último, para lazer. Não inverter essa ordem é fundamental para não se comprometer financeiramente e para garantir um futuro próspero.

Qual a dica para aqueles que já comprometeram o seu décimo terceiro no começo do ano?

É essencial revisar o orçamento familiar. Analisar as despesas, negociar eventuais dívidas a fim de diminuir os juros e, na medida do possível, reduzir gastos extras e menos prioritários no dia a dia. Além disso, ser o mais diligente possível com o orçamento em especial neste final de ano com eventuais gastos extras, como viagens de férias, presentes de Natal, além das despesas do começo do ano (IPVA, IPTU, matrícula e material escolar, por exemplo).

Quais os maiores erros no manejo dessa renda extra?

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O maior erro no uso do 13º é utilizá-lo, majoritariamente, para lazer, deixando as dívidas e o pagamento das contas extras de fim de ano de lado. Ao fazer isso, o indivíduo corre o risco de se endividar e de ter que pagar as contas com multas, posteriormente, ou até mesmo multiplicar suas dívidas, pois, ao abrir novas despesas, antes de quitar as já existentes, o déficit só vai aumentar, o que causa prejuízos no futuro.

O que você vislumbra para o início de 2023 quando o assunto é a economia brasileira?

Se o cenário de longo prazo para as contas públicas se deteriorar, poderemos ver juros mais altos por mais tempo. Segundo projeções da XP, a economia deve seguir desacelerando nos próximos trimestres devido à política monetária mais restritiva, e a inflação deve seguir em rota de desaceleração, ainda que a um ritmo consideravelmente menor, devido aos estímulos fiscais deste ano, ao longo dos próximos meses, convergindo à meta apenas em 2024.

No que devemos estar atentos sobre o país e a sua correlação com outros atores globais?

Devemos estar atentos ao ritmo de alta de juros nos Estados Unidos e quando deve começar o ciclo de cortes de juros. Lembrando que juros mais altos pressionam ativos mais arriscados, como a nossa própria moeda e ativos brasileiros. A redução do crescimento chinês, tanto por motivos estruturais, quanto pela política de Covid Zero, é um agravante no risco de recessão global.

O que ainda citaria sobre isso?

Além do que já falamos, a geopolítica segue como risco relevante, especialmente no tocante às relações com a China e à guerra da Ucrânia.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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