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Majoriano, Terras Raras, Milton Nascimento…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

Haddad negocia terras raras com Trump como se estivesse vendendo bijuteria na 25 de Março em troca de cupom de desconto em tarifa americana

Não é todo dia que se vê um país entregar seu segundo maior tesouro natural com a mesma naturalidade de quem troca figurinhas repetidas num recreio de escola. Pois Fernando Haddad conseguiu. Ofereceu o excedente da extração de terras raras brasileiras aos Estados Unidos em troca de uma promessa vaga de redução tarifária. E como quem se ajoelha não tem vergonha, Lula silenciou. É o silêncio do consentimento, ou da covardia estratégica, dependendo da lente ideológica. Os Estados Unidos agora colocam os pés sobre nosso subsolo enquanto fingimos que negociamos de igual para igual. A China, principal compradora (e sócia preferencial do nosso minério), já deve estar preparando o olhar de poucos amigos. Afinal, o domínio chinês nesse setor é tão grande quanto o da Globo sobre as novelas das nove. E quando se nota que Brasil, China e Rússia – os três países com mais terras raras – fazem parte dos BRICs, entende-se por que o mundo nunca foi tão parecido com uma guerra fria de terno Armani e sushi no menu. O novo pacto é um aviso: o século XXI será disputado grama a grama de óxido de nêodimio.

CPMI do INSS promete muito, ameaça tudo, mas deve terminar em pizza (recheada de aposentadorias irregulares e silêncio cúmplice)

A CPMI do INSS nasce já com a alma cansada. Criada para investigar fraudes nas aposentadorias, ela tem um problema grave de DNA: muitos dos parlamentares que a compõem correm o risco de serem pegos com a boca na botija da Previdência. Isso explica o “cuidado” na sua instalação. É o tipo de investigação onde os suspeitos fazem parte da equipe de investigação. Um clássico do realismo mágico institucional brasileiro. A depender do clima no Congresso, a CPMI pode até ameaçar respingar nos graúdos, mas nada que não possa ser contido com um bom guarda-chuva de relator. Claro, se tudo sair do controle (como quase sempre sai), teremos algumas sessões espetaculosas com frases de efeito e muito grito. Mas, no fim, talvez sobre para algum servidor de terceiro escalão, que será expulso com grande alarde para dar a impressão de moralidade. Enquanto isso, seguimos pagando a conta dos fantasmas aposentados e das pensões distribuídas como brinde em festa de aniversário de político populista.

Milton Nascimento processa o Cruzeiro por uso indevido de música e prova que nem o amor é eterno quando violam o direito autoral

Milton Nascimento, ícone da música brasileira, decidiu dizer “não” ao “Clube da Esquina nº 2” sendo transformado em trilha sonora para anúncio de contratação de Gabigol. O problema? O Cruzeiro não pediu permissão. O outro problema? É o clube do coração de Bituca. Resultado: processo na justiça. E a torcida reagiu como reage a qualquer coisa hoje em dia — com ódio e memes. A essa altura, o compositor deve estar pensando que a traição institucional dói mais do que a do amor. Em nota, a equipe do artista lembrou algo básico: existe uma coisinha chamada Lei de Direitos Autorais. Parece que o Cruzeiro, no afã de vender camisa e clique, esqueceu que mesmo torcedor tem limite. Especialmente se esse torcedor for dono da trilha sonora da sua infância, adolescência e identidade cultural. Entre um verso e outro, o caso revela o velho Brasil: quem tem fama precisa lembrar o próprio povo que respeito não é opcional — nem quando a trilha é bonita e a camisa é azul.

Milton Nascimento não curtiu sua música com o seu Cruzeiro (Foto: Outras Palavras)
Milton Nascimento não curtiu sua música com o seu Cruzeiro (Foto: Outras Palavras)

Majoriano foi decapitado há 1.564 anos por desagradar seu general; hoje, políticos perdem a cabeça apenas nas redes sociais

Em 07 de agosto de 461, Majoriano, imperador romano que tentou restaurar a ordem no Império Ocidental, foi decapitado por ordens de Ricímero, o homem forte dos bastidores. Não é exatamente um enredo inédito. De César a Dilma, passando por Getúlio, os poderosos sempre enfrentam o mesmo dilema: governar com independência ou agradar os que mandam de verdade. Majoriano errou o cálculo. Foi preso, levado ao rio Iria, e perdeu a cabeça – literalmente. Hoje, ninguém mais precisa de machado: basta um tweet bem armado, uma delação premiada ou uma CPI com vontade. Ainda assim, o espírito é o mesmo: quem desafia o status quo, mesmo com boas intenções, corre risco. O Brasil, aliás, adora transformar figuras institucionais em mártires ou demônios, dependendo da temporada. Enquanto Majoriano ficou com o pescoço, outros perderam reputações, mandatos ou, no mínimo, a compostura. A política muda de cenário, mas o roteiro continua escrito em latim.

Leia ou ouça também:  Grok, Eduardo Bolsonaro, Trinity...

Gilmar Mendes garante que Moraes tem apoio unânime no STF enquanto o silêncio de outros ministros ecoa como aplauso envergonhado

Gilmar Mendes, eterno decano do STF e espécie de oráculo jurídico nacional, garantiu que Alexandre de Moraes tem o apoio de toda a Corte na prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Foi enfático: “nenhum desconforto”. Pois é. O Supremo é assim: cada decisão polêmica vem sempre acompanhada de uma nota verbal coletiva, que parece mais encenação de coral do que manifestação de convicção. A verdade é que poucos ministros ousam discordar em público de Moraes — não por falta de argumentos, mas por excesso de prudência. Em Brasília, quem desafia o clima dominante acaba virando ex-futuro alguma coisa. A prisão domiciliar de Bolsonaro — depois de mais uma rodada de desobediências — tem, sim, impacto político. Mas o STF quer fingir que não. Gilmar, o maestro da ambiguidade institucional, dá a senha: é tudo harmonia. Pelo menos, até que alguém desafine. A toga brasileira, como o samba, exige malandragem e um bom jogo de cintura.

Trump taxa Índia em 50% por comprar petróleo da Rússia e mostra que sanções agora se assinam com caneta e caps lock

Donald Trump acordou inspirado, pegou sua caneta presidencial e assinou uma ordem executiva impondo tarifa de 25% sobre produtos da Índia, dobrando para 50% o total da sobretaxa já aplicada. O motivo? Nova Délhi não quer largar o osso do petróleo russo. A diplomacia de Trump continua sendo uma mistura de ameaça econômica e postagens performáticas na rede social X. Na cabeça do novo velho presidente, punir a Índia é uma forma de dar exemplo aos rebeldes do sul global. O problema é que a Índia não é uma república de bananas. É uma superpotência emergente, cheia de energia (literalmente) e com orgulho geopolítico. A tarifa afeta não só tecidos e eletrônicos, mas também o clima dos acordos futuros entre Washington e o premiê Modi. É mais uma tacada do tabuleiro mundial em que Trump joga como se fosse xadrez, mas age como se estivesse no fliperama. Fica o aviso: quem dança com petróleo russo, paga o baile com taxa americana.

Haddad negocia terras raras com Trump

CPMI do INSS promete muito, ameaça tudo, mas deve terminar em pizza

Milton Nascimento processa o Cruzeiro por uso indevido de música

Majoriano foi decapitado há 1.564 anos por desagradar seu general

Gilmar Mendes garante que Moraes tem apoio unânime no STF

Trump taxa Índia em 50% por comprar petróleo da Rússia


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