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Mirella Rossini comenta sobre empatia e padrões

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Fundada em 1996, a Um.a #diversidadecriativa está entre as mais estruturadas agências de live marketing do Brasil, especializada em eventos, incentivos e trade. Entre seus principais clientes estão Anbima, Atento, Bristol, B3, Citi, Carrefour, Corteva, Cielo, Motorola, Nextel, Mapfre, Pandora, Sanofi, Sumup, Tigre, Via Varejo, Visa, Motorola entre outras. Ao longo de sua história, ganhou mais de 40 “jacarés” do Prêmio Caio, um dos mais importantes da área de eventos. Atualmente, com 70 colaboradores e uma carteira global de clientes, a um.a aposta na multiplicidade de visões para oferecer as melhores soluções para seus clientes. O objetivo é que todos os projetos idealizados valorizem esses pontos e permitam uma melhor experiência às pessoas envolvidas. “Claro que a gente passou a se preocupar com familiares e pessoas próximas, mas ainda estamos longe de sermos cidadãos que pensam no outro quando o assunto é quem não conhecemos, mas que merecem o mesmo cuidado e carinho que os nossos. Vimos pessoas brigando em supermercados por rolos de papel higiênico, outras se agredindo por discordarem sobre o uso da máscara, outras tendo atitudes que não pensam no bem coletivo. Julgo que a pandemia deveria servir de reflexão para a humanidade, pois, no fim, somos todos iguais e uma doença ou mal não escolhe ricos ou pobres, raças, princípios”, afirma Mirella Rossini, redatora na Um.a #divesidadecriativa.

Mirella, estamos perdendo a empatia?

Sim. De modo geral, na minha opinião, o mundo anda mais rude e hostil. Estamos olhando mais para nosso universo e menos para fora. Cada vez mais conectados virtualmente e menos pessoalmente, vivemos de aparências e conceitos impostos pela sociedade. Com a pandemia, acredito que esse isolamento em “universos próprios” aumentou.

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Você também acredita que a empatia é a chave para a sobrevivência humana?

Acredito. Na verdade, para mim, se colocar no lugar do outro resolve grande parte dos problemas da atualidade. Governantes, empresários, cidadãos, deveriam fazer este exercício. Tenho certeza de que muitas decisões e atitudes seriam diferentes.

Como a pandemia afetou a empatia das pessoas em sua visão?

Acho, como falei acima, que as pessoas se fecharam mais ainda nos seus universos. Claro que a gente passou a se preocupar com familiares e pessoas próximas, mas ainda estamos longe de sermos cidadãos que pensam no outro quando o assunto é quem não conhecemos, mas que merecem o mesmo cuidado e carinho que os nossos. Vimos pessoas brigando em supermercados por rolos de papel higiênico, outras se agredindo por discordarem sobre o uso da máscara, outras tendo atitudes que não pensam no bem coletivo. Penso que a pandemia deveria servir de reflexão para a humanidade, pois, no fim, somos todos iguais e uma doença ou mal não escolhe ricos ou pobres, raças, princípios.

O pós-Covid deve alterar essa sua impressão ou vislumbra outros caminhos para essa questão?

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Espero que altere sim minha visão. Na verdade, o que mais espero é ainda viver num mundo e deixar para meu filho, de 11 anos, um mundo onde as pessoas se respeitam e se aceitam. Igualdade para mim, principalmente no trato enquanto seres humanos é algo primordial para vivermos em paz.

Por que em algumas sociedades o diferente ainda assusta e choca?

Acredito que fomos todos criados para seguir um padrão. Nos são impostos meios de viver, de agir, vestir, etc., como ideais. Por isso, tudo o que foge desse cenário pré-estabelecido assusta. Penso que a esperança está nas novas gerações.

Como esse cenário pode ser mudado?

Com educação e na cultura das pessoas. Dentro de casa devemos sempre abrir o leque para nossas crianças e mostrar que existem pessoas diferentes e que muitas vezes não seguir um padrão é bom. Enaltecer que a troca entre os diversos é rica e engrandecedora. Na minha casa eu já faço isso, meu filho nasceu com a ausência da quinta falange de uma das mãos e tive que trabalhar com ele esta questão de ele ser diferente dos demais, principalmente por ele ser questionado, ridicularizado entre alguns coleguinhas por conta desta condição. Sempre fiz questão de fazê-lo acreditar que ele era desta forma por ser especial e que nossas diferenças são o que nos faz únicos.

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O digital idealizou um mundo irreal?

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Com certeza potencializou. Mas a gente sempre viveu isso nas revistas, novelas, olhando para a alta sociedade e pessoas que diante da grande massa são distantes. De qualquer forma, o digital permite que a gente transforme as imagens e crie realidades que, na verdade, nunca existiram.

O que as empresas devem fazer para tirar proveito dessa diversidade com naturalidade e sobretudo verdade?

Ser exatamente naturais e verdadeiras. Penso que o primeiro passo é ter líderes nessas empresas que partilhem valores que englobem a diversidade e que percebam que mesmo diversos somos iguais enquanto seres humanos: que temos a contribuir independente de nossa formação, trajetória, repertório. Se isso não vier de dentro, das pessoas que fazem parte das empresas, jamais será verdadeiro.

Empresas com discurso pró-diversidade também discriminam minorias em algum ponto?

Existem muitas empresas que pregam a diversidade, mas que apenas querem se inserir num contexto. Estas, com certeza discriminam sim. Mas tem muitas organizações que estão correndo atrás e abertas a aprenderem sempre, estas são as que em breve vão abraçar essa causa com propriedade.

Qual a importância da aceitação em sua perspectiva pessoal?

Penso que a gente precisa primeiro se aceitar para depois aceitar o outro.

Essa aceitação já te libertou?

Totalmente. Quando eu entrei no mercado de trabalho, aos 17 anos, eu brincava que o dia que fosse dona da p**ra toda eu ia pintar meu cabelo de azul. A verdade é que eu não sou nem de longe dona de algo, mas aos 37, com 20 anos de experiência, posso dizer que sou dona de mim. Ostento com orgulho um corpo todo tatuado, faço o que quiser com relação ao meu estilo, cores de cabelo, e aprendi a me impor. Dizer não, estabelecer meu espaço. Contanto que eu não prejudique ninguém, meu lema é a sinceridade, sempre. Portanto, me sinto livre, sim. Para ser quem eu sou e viver como acredito, mesmo que isso me traga consequências.

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Última atualização da matéria foi há 2 anos


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