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Gustavo Zancheta explica os males da depressão

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Mesmo com inúmeras atividades que preenchem a rotina diária, é muito comum ouvir falar que alguma pessoa conhecida, seja da família ou do ciclo de amizades, sofre de depressão. E o que dizer de dois dos maiores youtubers do Brasil, como Felipe Neto e Lucas Lira, que recentemente assumiram estar em tratamento médico para a depressão? Sinal de que não importa fama ou dinheiro: a doença pode atingir qualquer pessoa. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmam que, só no Brasil, 5,8% dos cidadãos já foram diagnosticados com a doença. O país perde, apenas, para os EUA, que apresenta 5,9% dos casos. Mas, o que realmente é? E como ajudar os pacientes a lidar com a situação? O psicólogo Gustavo Zancheta esclarece as dúvidas sobre o assunto, visto que tivemos o janeiro branco, mês dedicado à valorização da saúde mental. “Os sintomas de depressão devem estar presentes por pelo menos duas semanas para que um indivíduo seja diagnosticado. É importante frisar que tristeza é diferente de depressão. Perda de um ente querido, demissão do trabalho, término de um relacionamento amoroso, etc, normalmente geram nas pessoas tristeza e angústia e isso não é um problema. O problema é quando tais sentimentos se tornam muito intensos e frequentes. Os sentimentos considerados “ruins” também devem ser sentidos e isso faz parte da existência humana”, afirma.

O que é depressão?

A depressão, ou Transtorno Depressivo Maior, provoca sentimentos de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, melancolia, irritação excessiva e perda de interesse em atividades do dia a dia. Em casos mais graves, podem surgir também ideações suicidas. O transtorno pode levar a uma variedade de problemas emocionais e físicos, além de diminuir a capacidade de uma pessoa manter suas atividades normais no trabalho e em casa.

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Como pode ser diagnosticada?

Os sintomas de depressão devem estar presentes por pelo menos duas semanas para que um indivíduo seja diagnosticado. É importante frisar que tristeza é diferente de depressão. Perda de um ente querido, demissão do trabalho, término de um relacionamento amoroso, etc, normalmente geram nas pessoas tristeza e angústia e isso não é um problema. O problema é quando tais sentimentos se tornam muito intensos e frequentes. Os sentimentos considerados “ruins” também devem ser sentidos e isso faz parte da existência humana.

O que afeta na rotina?

Os sintomas de depressão afetam a maneira como você se sente, pensa e lida com atividades diárias, como dormir, comer ou trabalhar. É comum acompanharmos casos de pessoas deprimidas que não possuem mais energia para realizar ações de sua rotina, como tomar banho, levantar da cama ou trabalhar, por exemplo.

Tem cura?

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Desde que tratada corretamente, a grande maioria dos casos apresenta melhora muito significativa e até mesmo a cura completa da depressão.

Qual a faixa etária mais atingida?

Apesar de associada aos jovens, são os idosos que lideram o ranking dos mais afetados pela depressão. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a doença atinge cerca de 13% da população entre os 60 e 64 anos.

Qual o melhor tratamento?

A depressão é geralmente tratada com uma combinação de medicamentos, que visam modificar e equilibrar a química cerebral, e psicoterapia, como a TCC – Terapia Cognitiva-Comportamental, que vem a ser uma abordagem baseada em evidências específicas e científicas, que apresenta bons resultados no tratamento da depressão.

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Febre emocional é sintoma de depressão?

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A febre emocional não é necessariamente associada à depressão, mas pode ocorrer em casos muito específicos. Normalmente é uma condição relacionada à ansiedade e estresse intenso.

A pandemia se tornou um gatilho para a depressão?

Sim, a pandemia se tornou um grande gatilho para a depressão e ansiedade, derivando em vários transtornos, como, por exemplo, TOC – Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Síndrome de Burnout, etc. A pandemia trouxe uma série de desafios para o ser humano, como o isolamento social, as incertezas com relação ao futuro e o medo de contaminação e morte, gerando angústia e melancolia em níveis muito intensos. Por isso, os casos de depressão cresceram muito e a procura por ajuda psicológica também aumentou muito neste período.

Quando uma tristeza profunda pode se tornar uma depressão?

O que diferencia uma tristeza profunda e pontual de um episódio de depressão é a intensidade e duração deste sentimento. Entende-se como depressão quadros de tristeza profunda que perdure por mais de três semanas e que apresente também pelo menos alguns dos seguintes sintomas: falta de interesse/energia para atividades do dia a dia, disfunção no sono e/ou apetite, irritabilidade, pensamentos de morte ou suicidas.

Em que momento podemos notar que uma pessoa está se tornando deprimida?

É importante que pessoas próximas, como familiares e amigos, estejam atentos a uma grande diminuição da energia e ânimo da pessoa, bem como uma tristeza intensa e recorrente, irritação exagerada, isolamentos social e frases ou comportamentos que levem a crer que existe uma vontade de morte/suicídio. Diante de pelo menos algumas destas evidências, é necessário buscar ajuda profissional de um psicólogo e psiquiatra de maneira urgente.

Qual o papel da espiritualidade em quadros depressivos?

A espiritualidade representa um papel fundamental na recuperação e equilíbrio de pessoas em depressão. Normalmente a fé em algo superior – Deus, Jesus, Anjos, espíritos de luz, etc – acaba por gerar um estado interno de esperança e motivação fortes o suficiente para ajudar pessoas deprimidas. Acredito que a fé desperta em nós um sentimento de pertencimento e acolhimento, gerando assim uma sensação de bem-estar e alegria. É importante frisar que não existe uma religião ou crença que seja especial em detrimento das outras. Qualquer expressão de fé e religiosidade proporciona benefícios importantes na recuperação de quadros emocionais e mentais.

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Última atualização da matéria foi há 3 anos


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