As letras originais de Gustavo Macacko
Artista, compositor e cronista, Gustavo Macacko surge como um dos grandes letristas da música brasileira. Além dos dois discos solos, “Macaco, Chiquinho e o Cavalo”, em 2009, “Despontando para o Anonimato”, em 2014, e o DVD “Macacko ao Vivo”, em 2017, lançou o single “Passaporte para a fé” em 2018, junto ao parceiro Gabriel, O Pensador. Os relacionamentos humanos, suas manifestações e ritos de passagem são o tema central do seu novo disco “Humanifesta”. Nas nove faixas, uma visão poética do presente histórico passando pela relação afetiva do ser humano e seu entendimento político. O disco, produzido por Juliano Gauche, traz uma instigante aproximação de sonoridades do rock britânico com raízes da cultura brasileira. “Primeiramente nas letras e nas histórias que me inspiram a compor. Recebo muitos convites pra escrever e isso acaba se destacando na obra. A descendência nordestina me levou naturalmente a trilhar o caminho do “contador de causos”, influências que trago da literatura de cordel e dos repentistas cantadores da beira do mar. Musicalmente misturo o rock com a cultura brasileira. Sou capoeirista e vivi imerso na cultura negra desde os 10 anos. Esse disco ligou os pontos da minha trajetória até aqui. Outras características que considero singular é o trânsito que tenho em realidades diferentes com o cuidado de preservar minha essência”, afirma o cantor.
Gustavo, qual o papel da poesia em seu trabalho?
A poesia é a espinha dorsal da minha música. Sou escritor e letrista e componho crônicas musicais que visam proporcionar para o ouvinte um sentido imagético, onde cotidiano e filosofia coexistem.
Esta poesia que caracteriza a sua música, nasce de quais inquietações?
Me sinto um tipo de carteiro que psicografa mensagens. O fantástico mundo dos relacionamentos humanos é inspirador. Ajo como uma antena que transforma a normalidade em canções. Minhas inquietações nascem do que percebo sobre as percepções alheias. Vejo poesia no simples e assim busco a alquimia entre leveza e profundidade, seja na dor, no amor, na guerra ou na flor.
Você considera o seu trabalho singular em que pontos?
Primeiramente nas letras e nas histórias que me inspiram a compor. Recebo muitos convites pra escrever e isso acaba se destacando na obra. A descendência nordestina me levou naturalmente a trilhar o caminho do “contador de causos”, influências que trago da literatura de cordel e dos repentistas cantadores da beira do mar. Musicalmente misturo o rock com a cultura brasileira. Sou capoeirista e vivi imerso na cultura negra desde os 10 anos. Esse disco ligou os pontos da minha trajetória até aqui. Outras características que considero singular é o trânsito que tenho em realidades diferentes com o cuidado de preservar minha essência.
Em que momento você acredita que a música passa a ter um papel mais social e reflexivo?
No momento em que o emissor da música canta acreditando na sua própria mensagem. A interpretação também é de quem ouve, e essa transa depende dos dois. No fundo, qualquer música pode te levar a refletir. O ponto é como cada um faz isso, e como esse papel se esclarece na intensão e na realização. O receptor acaba por ser um cocriador da obra. Quem canta o que acredita e se permite mudar com o tempo, tende a cumprir o seu papel com maestria.
Sua música trilha para esse lado mais social e reflexivo em sua visão?
Em especial esse é um disco temático com poesias atemporais que nos contextualiza no momento histórico. Acho que minha música trilha, mas não estaciona aí. Ela também busca dialogar com determinados mistérios.
O que é ser um cronista nesses tempos tortuosos?
É aprender a transmutar energias. Se colocar no lugar do outro pra buscar novas perguntas. É se indignar sem perder a esperança. É ver o novo no velho.
Falamos no começo sobre inquietação. Quais as suas inquietações na hora da criação do seu novo trabalho intitulado “Humanifesta?”.
Os relacionamentos humanos, suas manifestações e ritos de passagem são as inquietações da vez.
O que existe em “Humanifesta” que você enxerga e que gostaria que outros também enxergassem?
Que a política é diálogo e que somos todos cidadãos com o direito de se posicionar, discordar e se entender. Amar e aceitar as diferenças também são atos políticos.
Um crítico disse que dentro do confuso ambiente de 2019, suas canções tornaram-se absolutamente necessárias. Como vê essa análise sobre o seu trabalho?
Fico feliz de sentir que esse disco nasceu trazendo oxigênio para o ambiente. Ele vem sendo propagado e indicado entre amigos e familiares que estavam até sem se falar. Já recebi relatos e mensagens emocionantes. Essa corrente energética me interessa, é fluída e todos aprendem com ela. É uma troca. Análises como essa reverberam com clareza a proposta.
Quais os maiores erros que as pessoas cometem ao falarem sobre você?
Quem respira do seu ar escolhe (ou não) se inspirar ou se sufocar. Falar do outro é apenas o reflexo no espelho de um dos nossos lados. Nesse contexto, críticas ou elogios viram detalhes.
Como você enxerga a eternidade e o que ela representa em seu ofício?
O legado é essencial pra quem busca se sintonizar com a atemporalidade. É a nossa assinatura espiritual. Sejamos cometas na espiral do tempo.
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