Dia das Mães 2025: quanto gastar?

Com previsão de movimentar R$ 14,37 bilhões neste Dia das Mães, o varejo brasileiro encara 2025 com otimismo cauteloso. Ainda que os números indiquem um crescimento real de 1,9% em relação ao ano anterior, essa expansão é modesta diante da pressão inflacionária, do crédito caro e do comprometimento crescente da renda das famílias. Mais uma vez, o apelo emocional da data — marcada como o “Natal do primeiro semestre” — é confrontado pelas limitações orçamentárias da realidade.
Falam de afeto,
mas taxam o chocolate.
Amor parcelado.
A cesta de consumo típica da ocasião está, sim, mais cara. A inflação acumulada nos itens tradicionais do período gira em torno de 5,8%, com destaques negativos como joias (+33,7%), chocolates (+21,5%) e perfumes (+9,8%). Por outro lado, há tímidos respiros com a queda de preços em produtos como fogões e refrigeradores. Mas o alívio é restrito e pouco compatível com os itens de desejo mais imediatos da data. Presentear, em 2025, ficou objetivamente mais caro.
O varejo tenta manter o fôlego com vestuário, calçados e acessórios, que devem faturar R$ 5,63 bilhões, acompanhados por cosméticos e eletroeletrônicos. No entanto, esse crescimento ocorre em um contexto de endividamento persistente e crédito proibitivo: a taxa média de juros para pessoa física está em 56,3% ao ano, e mais de 30% da renda familiar já está comprometida com dívidas. Em outras palavras: o brasileiro tem menos margem para consumir — e mais cautela.
Não por acaso, setores tradicionalmente dependentes de financiamento, como móveis, eletrodomésticos e informática, devem registrar retrações. Mesmo com o aumento pontual nas contratações temporárias — estimadas em 29,73 mil — a taxa de efetivação será menor do que no ano passado. A festa do varejo será, mais do que nunca, seletiva.
Mesmo sem presentes,
o café cheira a cuidado.
Domingo se enfeita.
Diante desse cenário, a pergunta “quanto gastar?” não é só sobre o bolso — é também sobre consciência. Com inflação, juros altos e endividamento em alta, talvez seja hora de redefinir o valor do presente. E lembrar que afeto, neste Dia das Mães, ainda é o único item que não sofre reajuste.

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