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13 de maio: o negro foi liberto?

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Neste 13 de maio de 2025, data que marca os 137 anos da assinatura da Lei Áurea, ainda paira uma pergunta incômoda: o negro foi realmente liberto? A resposta, olhando para a realidade social do Brasil, parece estar mais próxima do não.

Correntes caíram,
mas ficou preso o silêncio
no olhar vazio.

A abolição formal da escravidão em 1888, embora celebrada nos livros escolares como um marco civilizatório, não foi acompanhada de políticas de reparação ou inclusão. Os mais de 700 mil negros libertos naquele momento foram lançados à própria sorte, sem terra, sem emprego, sem moradia e sem acesso à educação. A liberdade concedida foi, na prática, uma ruptura jurídica sem a construção de um novo projeto de cidadania para a população negra.

Em 2025, os indicadores sociais e econômicos ainda revelam um abismo entre brancos e negros no Brasil. Segundo dados recentes do IBGE, a população negra é a maioria entre os desempregados, subempregados e encarcerados. Nos espaços de poder — seja na política, na economia ou na mídia — sua presença ainda é ínfima. A cor da pele, em pleno século XXI, continua sendo um fator determinante para oportunidades e tratamento social.

Celebrar o 13 de maio como um ato de benevolência da princesa Isabel é ignorar que o movimento abolicionista foi construído a duras penas por lideranças negras, quilombolas, intelectuais e ativistas que enfrentaram uma elite escravocrata resistente à mudança. A narrativa do “presente da liberdade” silencia as lutas e apaga a memória dos verdadeiros protagonistas da abolição.

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Mais do que lembrar a data, é necessário ressignificá-la. O Brasil precisa enfrentar seu passado escravocrata não apenas com discursos, mas com ações concretas de equidade. Reparação histórica, cotas raciais, acesso à educação, combate ao racismo estrutural e valorização da cultura afro-brasileira não são favores: são passos ainda insuficientes para uma verdadeira liberdade.

Palácio sorri,
mas na senzala moderna
a dor não cessou.

Neste 13 de maio, a pergunta permanece: liberdade para quê e para quem? A resposta está nas ruas, nas estatísticas e na urgência de uma justiça social que o Brasil ainda deve à sua população negra.

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