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Rússia versus França: Níger é o pano de fundo!

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O golpe militar recente no Níger não é apenas um evento isolado no panorama político africano, mas sim um episódio que reflete o intricado jogo de poder e influência que se desenrola na região. Este acontecimento tem profundas implicações geopolíticas, que se estendem muito além das fronteiras do continente africano, com repercussões significativas para a Rússia e a França, duas potências que têm demonstrado crescente interesse na África.

O Níger, situado na África Ocidental, é mais um país a se unir à lista de nações que experimentaram golpes militares e demonstraram crescente hostilidade em relação às potências ocidentais, especialmente à França e ao Ocidente. Juntando-se aos vizinhos Mali e Burkina Faso, o Níger parece estar seguindo o mesmo caminho, marcado por um sentimento de rejeição a Paris e ao Ocidente, e pelo aumento da influência russa na região. Esta mudança de alinhamento político tem implicações profundas para a França, que perde um aliado crucial na luta contra grupos islâmicos radicais.

A presença francesa na África Ocidental era substancial, com cerca de 1.500 soldados implantados na região como parte da operação Barkhane. Iniciada em 2014 e encerrada em 2022, a operação visava combater a insurgência de grupos extremistas em cinco ex-colônias francesas: Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger, formando o chamado “G5 do Sahel”. No entanto, com a ascensão de juntas militares no Mali e Burkina Faso, a França foi expulsa desses países, aproximando-os da Rússia. Agora, o Níger parece seguir o mesmo curso, o que representa um desafio substancial para os interesses franceses na região.

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França está rapidamente perdendo influência na África Ocidental, com quatro países da região sofrendo golpes de Estado recentemente. Além disso, países como Chade, Sudão e República Centro-Africana também se aproximaram do grupo Wagner, com laços estreitos com a Rússia. Esse grupo, muitas vezes, auxilia os militares a assumir o controle do governo e combater ameaças jihadistas, diminuindo ainda mais a influência francesa e abrindo espaço para os russos.

O padrão que emerge é notável: muitos desses países têm uma maioria muçulmana, que teme a insurgência jihadista e a imposição de interpretações mais extremistas da religião islâmica. A percepção de que a França não conseguiu conter essas ameaças e o ressentimento contínuo pelo passado colonial francês contribuem para o crescente afastamento dos países da região em relação a Paris.

É nesse contexto que a Rússia vê uma oportunidade de fortalecer sua influência na África. Aproveitando-se do sentimento anti-ocidental e anti-francês que permeia essas nações, a Rússia busca estabelecer laços mais estreitos e conquistar apoio diplomático na região. Este movimento é parte de uma estratégia mais ampla para reduzir o isolamento que a Rússia enfrenta no cenário internacional, especialmente após a sua invasão à Ucrânia.

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Vladimir Putin anunciou recentemente durante a cúpula África-Rússia em São Petersburgo que a Rússia fornecerá grãos e armamentos gratuitamente para países africanos. Esse gesto não apenas demonstra o interesse da Rússia em consolidar relações na África, mas também pode ser visto como uma tentativa de ganhar influência econômica e política na região.

À medida que a situação no Níger e em outros países da África Ocidental continua a evoluir, fica claro que a rivalidade entre a Rússia e a França por influência na região está se intensificando. A França enfrenta desafios significativos para manter sua presença e influência, enquanto a Rússia busca capitalizar a insatisfação crescente com o Status quo ocidental.

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O Níger tornou-se mais um palco onde essa rivalidade se desenrola, e as implicações não se limitam apenas àquele país ou à região africana. A batalha pelo poder e influência na África Ocidental reflete as dinâmicas globais em jogo, com a Rússia buscando expandir seu alcance e a França lutando para preservar sua posição como potência influente na cena internacional. À medida que os acontecimentos se desdobram, o mundo observa atentamente o desenrolar dessa competição geopolítica no pano de fundo do Níger e de outros países africanos.

Última atualização da matéria foi há 1 ano


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