Gripe aviária no RS: China receosa

O anúncio de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, provocou uma reação imediata da China, com a suspensão temporária das compras de carne de frango brasileira.
Voo sem direção,
a sombra da ave cai —
febre no galpão.
A resposta automática de Pequim, ainda que previsível diante dos protocolos sanitários internacionais, sinaliza mais do que uma preocupação sanitária: revela também a fragilidade da dependência comercial concentrada em poucos grandes compradores.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o embargo sanitário chinês tem duração prevista de 60 dias, mas pode ser revogado antes se não houver novos registros da doença e se o trabalho de contenção for bem-sucedido.
Ainda que o Governo brasileiro confie no rápido controle da situação, a suspensão abala uma das mais importantes cadeias de exportação do país, com impactos significativos para a balança comercial e a indústria de proteínas, sobretudo em um momento de consolidação do setor — vide a recente fusão entre Marfrig e BRF, que projeta sinergias superiores a R$ 800 milhões.
O Brasil, até então, mantinha o status de livre de gripe aviária em estabelecimentos comerciais, o que facilitava o acesso a mercados exigentes. Agora, essa confiança será testada. Felizmente, acordos bilaterais com países como Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita já preveem o chamado “embargo regionalizado”, que limita as restrições apenas ao Estado ou município afetado. Contudo, o caso brasileiro ocorre em um contexto global de persistência do vírus desde 2006, principalmente em países da Ásia, África e norte da Europa — o que exige vigilância constante.
A cautela chinesa, embora compreensível, reforça a necessidade de diversificação de mercados e fortalecimento das medidas preventivas no campo. O setor avícola brasileiro, que é altamente competitivo, precisa agora provar sua resiliência diante de um cenário internacional cada vez mais volátil.
China fecha a porta,
acordo vira alarde —
frango sem fronteira.
A gripe aviária pode estar, por ora, isolada. Mas os danos econômicos e diplomáticos já se espalham como um vírus.

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